Páginas

sábado, 9 de fevereiro de 2013

DROGA

Que me torna dependente a qualquer hora e não vai embora.
E me explora, explora, explora...
Exterminando a minha vida,
A minha vitória, a minha própria história.

Que me explora em troca duma fantasiosa glória,
Em troca duma pequena esmola.
E me explora, explora, explora...

Que me isola do social, do normal, me tornando desigual.
Do mundo que não assumo,
Que me deixa sem prumo, sem rumo.
Inseguro, confuso, sem núcleo.

Que me dá medo, intimida, martiriza, até aterroriza.
Que torna a minha vida ainda mais sofrida.

Que me deixa sem noção, sem jeito, insatisfeito,
Pois reclamo de tudo que tenho e vejo,
Quando estou bem, quando estou mal,
Quando estou mais ou menos,
É um tormento, eu não agüento.

Que aparentemente me alivia quando viajo,
Pois sofro mais ainda quando retorno
Ao começo e ao fracasso.

Que me acorrenta, me prende, me torna escravo,
Que me consome anulando meu espaço,
Pois faço da minha vida, da realidade,
Um acaso, um fiasco, um trago, um verdadeiro bagaço.

Que transforma a minha vida numa fantasia,
Pois quando me deparo com a realidade,
Descubro a pior de todas as agonias.

Donizete Alves

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...