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domingo, 1 de maio de 2011

Degelo


Aquecimento global acelera ritmo de degelo no norte da Europa e Groenlândia


O aquecimento climático está acelerando o degelo, segundo imagens por satélite que mostram imensas fissuras nas calotas glaciais do norte da Europa e um rápido desaparecimento das massas de gelo na Groenlândia.

Fotos publicadas na página na internet da Agência Espacial Européia (ESA, na sigla em inglês) revelam a existência de fissuras sem precedentes na calota glacial no fim do verão boreal, que se estendem da Europa setentrional ao Pólo Norte, em uma superfície maior que a Grã-Bretanha.

"Esta situação é diferente de tudo o que se observou nas temporadas anteriores de degelo recorde", destacou o encarregado da análise destas imagens, Mark Drinkwater, do Centro de Observação da Terra da ESA.

"Um barco poderia subir sem dificuldades até o Pólo Norte do arquipélago de Spitzberg (Noruega) ou o norte da Sibéria, através do que normalmente é constituído de gelo sólido", explicou.

As imagens espetaculares, obtidas de 23 a 25 de agosto, mostram uma fissura que vai do Pólo Norte ao arquipélago de Svalbard (ou Spitzberg, no extremo norte da Noruega) e ao de Severnaya Zemlya, em águas árticas siberianas.

Os cientistas da ESA consideram que de 5% a 10% dos gelos perenes - que normalmente não deviam derreter - se partiram durante as tempestades do fim do verão, trazendo consigo um gelo mais quebradiço e menos espesso.

A calota ártica se consome em conseqüência do aquecimento climático. No fim do verão de 2005, se espalhava por apenas 5,5 milhões de quilômetros quadrados, em comparação com 8 milhões de quilômetros quadrados, que no início de cada ano se verificava nos anos 80.

Os gelos perenes também diminuíram, mas é a primeira vez que este setor do Oceano Ártico mostra semelhante fragilidade.

Outro estudo que será publicado na edição da revista científica britânica Nature corrobora esta tendência na Groenlândia.

As geleiras da Groenlândia, segunda reserva de água doce gelada do mundo, desaparecem a uma velocidade duas vezes e meia superior a de dois anos atrás, concluíram Isabella Velicogna, do Laboratório de Jato Propulsão da Califórnia, e Tavi Murray, da Universidade de Swansea (Grã-Bretanha), após analisar imagens da NASA tiradas por satélite.

Entre maio de 2004 e abril de 2006, derreteram a cada ano 248 quilômetros cúbicos de gelo que o oceano tomou da terra firme, o que se traduz em uma elevação do nível do mar à razão de 0,5mm anual em todo o mundo.

A rapidez do degelo joga por terra as previsões do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Evolução do Clima, que remontam a 2001. Estas descobertas confirmam de alguma forma outros estudos recentes.

O degelo do manto de gelo marítimo não faz o nível dos oceanos subirem, mas acelera o aquecimento climático.

A explicação é muito simples. Por sua brancura, o gelo reflete os raios do sol. Em sua ausência, a água do mar poderá se aquecer, acelerando o degelo.

AFP - Todos os direitos de reprodução e representação reservados para limitações e restrições ao uso.

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