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sábado, 12 de maio de 2012

Fotografia: Leitura – paixão de uma vida


Publicado por O Globo

A obra:

André Kertész era um leitor ávido. A leitura era, e não é modo de falar, o que apaziguava sua alma e seu espírito. Apaixonado por livros, em todas as suas viagens ao se deparar com um leitor ou com alguém que como ele amava os livros, não perdia a oportunidade e tirava uma foto. A série Leitura é brilhante como fotografia e muito interessante como registro de uma época e de um modo de vida que, triste constatação, parece estar desaparecendo…

Como expliquei no início da série Distorções, as fotos serão inseridas entre um ou outro parágrafo, ligadas ao tema – Leitura – e não ao texto propriamente dito. A primeira, acima, é justamente uma apresentação da série e está sem data.

O artista:

Entre os amigos que fez em Paris estavam membros do movimento dadaísta. Um deles apelidou André Kertész de “Irmão Que Vê”, numa alusão a um monastério medieval onde todos os monges eram cegos, exceto um. Sua maior colaboração profissional foi com Lucien Vogel, o editor francês que publicava as fotos de Kertész sem muitos textos explicativos. Juntos eles publicaram fotos de Chagall, de Mondrian, de Colette e de Sergei Einstein.


No Asilo de Beaune, Borgonha, Fr – 1929

Em Paris ele conheceu o sucesso artístico e comercial e há monografias relatando que ele foi o primeiro fotógrafo a fazer uma exposição individual (1927). Além de ensinar Brassaï a fotografar, ele foi orientador dele e de Cartier-Bresson, que sempre lhe foi muito grato.

Sem dizer nada à sua família e, na realidade, nem para a maioria de seus amigos, Kertész casou-se com uma fotógrafa francesa especializada em retratos, Rosza Klein (que usava o nome de Rogi André), no final da década de 20. O casamento durou muito pouco e ele nunca mais tocou nesse assunto, para não incomodar sua segunda mulher, a húngara Elizabeth.


Na escola, no intervalo de uma peça – Nova York, 1938

Em 1930 ele resolveu voltar para a Hungria a fim de visitar a família e lá reencontrou sua primeira namorada, Erzsebet.

Ele não ficou muito tempo em Budapest; voltou para Paris e em 1931 Erzsebet o seguiu, apesar da objeção de sua família. Os dois nunca mais se separaram. Casaram- se em 17 de junho de 1933 e ela passou a se chamar Elizabeth Kertész.


Le Havre, 1948

Por essa época, o Partido Nazista crescia e se tornava cada vez mais poderoso. Isso levou a indústria jornalística a publicar muitas reportagens sobre política, mas Kertész, por ser neutro e apolítico, passou a receber cada vez menos encomendas.

Foi quando Elizabeth e ele resolveram se mudar para Nova York. Em 1936, em meio às ameaças de uma II Guerra Mundial, o casal Kertész embarcou no SS Washington em direção a Manhattan.

Acervo Espólio André Kertész

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