As paredes da casa térrea na Rua General
Salustiano, 214, no Centro, protegem uma história de vida de 72 anos marcada
pela descoberta e pela paixão dos livros. Uma trajetória tão rica que, se não
virou um romance, inspirou uma obra de arte desta 8ª edição da Bienal do
Mercosul. A livraria de seu João de Souza Machado, defronte a Usina do
Gasômetro, tornou-se a única da Capital incluída no módulo Cidade Não Vista. No
projeto, artistas convidados realizam intervenções e instalações em uma
paisagem local muitas vezes ignorada por seus habitantes na correria da rotina.
O prédio a loja o sebo Garagem dos Livros,
instalado ali há dois anos por Machado. Em estantes que ocupam todas as
paredes, seu João dos Livros, como ele mesmo se denomina, mantém exemplares antigos
de obras literárias, manuais técnicos, enciclopédias e uma grande quantidade de
literatura de temas esotéricos. O espaço da livraria, localizado bem defronte
os pilares do aeródromo e a Usina do Gasômetro, foi apropriado pela Bienal com
uma intervenção de Elida Tessler, que transformou o lugar em obra de visitação
artística, o que fez de seu João anfitrião informal dos que aparecem na
livraria para testemunhar ao vivo o encontro entre livraria e galeria de arte.
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