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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A educação no Brasil - uma crítica por Richard P. Feynman

Olá a todos,

Nós sabemos que o salário dos professores não é suficiente para atrair mentes brilhantes para o ensino, que preferem cargos concursados em outras instâncias que possuem um contra-cheque mais polpudo.

Entretanto, esse não é o único problema do nosso sistema. Existem falhas enormes no modelo em si, cuja premissa é entregar diplomas, e não formar mentes.

Envio a vocês um texto de Richard P. Feynman, para reflexão sobre o assunto. Está mais que na hora de nos organizarmos enquanto sociedade civil e exigirmos as mudanças que já deveriam ter sido feitas há decadas por nossos governantes.

Nós sabemos que o contumaz problema que temos não é apenas monetário: o sistema tem falhas graves que devem ser remediadas. Nós sabemos quão defasados são os cursos superiores no Brasil, que por muitas vezes diplomam pessoas que mal conseguem interpretar um texto. Apesar de acharmos que dignificar a profissão de professor através do salário é um passo primordial, sabemos que não é a única ação a ser tomada.

Eu traduzi a parte do livro de Richard Feynman em que ele fala da educação em nosso país. O livro pode ser encontrado na íntegra nesse link:
http://www.chem.fsu.edu/chemlab/isc3523c/feyn_surely.pdf 

Aí vai o texto, me perdoem por eventuais erros: 


Acho que todos nós deveríamos refletir a respeito disso, porque o assunto é sério, Me parece que estamos jogando anos das vidas das pessoas pelo ralo com o pretexto de estarmos dando educação a elas. O que vocês acham?

Postado por Bruno Saboia (cause leader)

Novo aparelho pode detectar rapidamente câncer, infecções e salmonelas


Imagine um aparelho que pode detectar instantaneamente infecções, estresse, células sanguíneas, marcadores de câncer e até mesmo a qualidade da comida. Pode parar de imaginar, pois este aparelho já existe: se chama Microflow, e será testado pela NASA na Estação Espacial Internacional (EEI).

O dispositivo é uma versão miniaturizada de um equipamento de citometria de fluxo, de muito usado em hospitais e centros de pesquisa. Normalmente, os citômetros pesam centenas de quilos, mas o Microflow tem o tamanho de uma torradeira, e pesa cerca de 9 kg.

Ele usa lasers e sensores para contar células, classificá-las, e detectar uma série de biomarcadores em qualquer líquido, como o sangue. De acordo com a NASA, ele funciona em “tempo real”, dando o diagnóstico em até 10 minutos.

A versão miniaturizada do citômetro de fluxo foi possível graças ao trabalho do National Optics Institute External, da cidade de Quebec (Canadá), e foi feita para trabalhar no espaço, onde a microgravidade afeta o comportamento dos líquidos. Dentro da EEI, o Microflow vai manter a saúde dos astronautas e cosmonautas sob vigilância constante. Na falta de um Dr. McCoy, a longa duração das missões torna impossível que a tripulação receba diagnóstico médico em órbita, e é aí que o Microflow se encaixa.

Mas o uso do Microflow vai ser mais interessante ainda na Terra. Com seu tamanho reduzido (tudo bem, ainda não é um portátil e conveniente tricorder, mas é pequeno e acessível), ele vai permitir que pessoas do mundo todo tenham acesso a diagnósticos instantâneos de câncer e infecções. Além disso, eles podem ser entregues facilmente em áreas de desastre, onde é mais difícil conseguir equipamento laboratorial.

Finalmente, o Microflow poderá ser usado também para a análise de alimentos tanto em pequenas fazendas quanto grandes empreendimentos agrícolas, detectando instantaneamente germes potencialmente perigosos.

Simples exame de vista pode detectar Alzheimer em estágios iniciais


Condição progressiva e de consequências severas, o mal de Alzheimer normalmente demanda uma série de testes para ser detectado precocemente e, assim, permitir que o tratamento seja iniciado sem demora. Embora ainda não haja cura para a doença, é possível desacelerar sua progressão e aumentar a qualidade de vida do paciente.

“Contudo, pacientes com demência muitas vezes acham difícil completar esses testes, devido a uma falta de clareza em seu entendimento e a lapsos em sua atenção ou motivação”, aponta o pesquisador Trevor Crawford, do Centro de Pesquisa sobre Envelhecimento da Universidade de Lancaster (Inglaterra).

Recentemente, porém, Crawford e seus colegas realizaram um estudo e perceberam que um teste de visão simples pode ajudar a diagnosticar sinais da doença. Para chegar a essa conclusão, eles reuniram quatro grupos de participantes: 18 pacientes com mal de Alzheimer, 25 pacientes com mal de Parkinson, 17 jovens saudáveis e 18 adultos saudáveis.

O teste consistia em acompanhar com os olhos os movimentos de um ponto de luz em um monitor. Em determinado momento, era pedido que eles parassem de olhar a luz, ação que os pacientes com mal de Alzheimer tiveram dificuldade de realizar – eles cometeram em média 10 vezes mais erros nessa atividade do que os demais participantes.

“Esses erros estavam fortemente ligados à memória espacial de trabalho”, explica Crawford. Os pesquisadores também avaliaram o desempenho da memória desses pacientes, e os resultados, somados, mostram que o teste de visão pode ser promissor na identificação da doença mesmo em estágio inicial. Apesar das conclusões animadoras, vale ressaltar que ainda são necessárias mais investigações.

Mito ou realidade: precisamos de 8 horas de sono por noite?



Quantas vezes você já ouviu que, para levar uma vida saudável, precisa de pelo menos oito horas de sono ininterrupto? A ideia parece sensata, mas carece de base científica. “A necessidade de sono varia conforme o indivíduo e pode estar entre 12 horas para algumas crianças e seis horas para adultos mais velhos”, aponta o professor de psicologia Leon Lack, da Universidade de Flinders (Austrália).
Em artigo recente publicado no site Medical Xpress, Lack destrinchou mitos envolvendo o sono (além daquele das 8 horas diárias “mínimas”). Para começar, diz, o sono normal não é um “longo e profundo vale de inconsciência”. “O período de sono é formado por ciclos de 90 minutos”, explica. “Acordar entre estes ciclos é normal e se torna mais comum conforme envelhecemos”.

A siesta

Se você sente sono no início da tarde, não pense que é porque comeu demais: faz parte do ritmo natural do nosso corpo. Por causa dos chamados ritmos circadianos, que controlam nosso relógio biológico, produção hormonal, temperatura corporal e funções digestivas ao longo do dia, é normal que nossa atenção diminua no período pós-almoço.
Antes da Primeira Revolução Industrial, quando o ritmo de trabalho passou a exigir que os operários passassem oito horas seguidas em atividade, a “siesta” (aquele cochilo no início da tarde) era um padrão de sono dominante, conta Lack. “Ainda é comum em comunidades rurais ao redor do mundo, não apenas em culturas do Mediterrâneo ou da América Latina”.

Sono bifásico

Outra rotina, que pode soar meio estranha hoje em dia, também era comum antes da Primeira Revolução Industrial. “Esse padrão consiste em um sono inicial de aproximadamente 4h30 (três ciclos de sono de 90 minutos cada) seguido por duas horas acordado e um segundo período de sono de 3h (outros dois ciclos)”, explica.
Durante o inverno, habitantes da Europa Setentrional (ao norte do continente) passariam 9 ou 10 horas na cama, seguidas por 2 ou 3 horas de vigília, que poderiam ser contínuas ou divididas.

Sem medo de acordar

O mito do sono ininterrupto, tão forte nos dias de hoje, pode gerar preocupação entre pessoas que acordam no meio da noite e, assim, realmente causar insônia.
Na verdade, destaca Lack, “humanos podem dormir em diferentes horários e demonstrar pouca diferença em sua competência ao acordar”. Ele menciona pesquisas em que os participantes passaram por rotinas diversas: 20 minutos de sono a cada hora; 1 hora de sono a cada 3; ou 10 horas de sono a cada 28. Quando se acostumaram, os participantes não tiveram dificuldade em seguir essas estranhas rotinas.
“O sono de melhor qualidade é obtido na fase baixa de nosso ciclo circadiano – quando a temperatura do corpo e os índices metabólicos estão em seu nível mínimo”, aponta o autor. Para a maior parte das pessoas, isso ocorre tarde da noite – mas há casos e casos.
“Não há dúvida de que o mito das 8 horas de sono sólido é uma imposição cultural recente”. Portanto, se você acorda no meio da noite, nada de “perder o sono”. É normal!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012















Quando a Babilônia corria o perigo de ser invadida pelos persas, o povo pensou que devia salvar primeiramente os deuses Bel e Nebo. Os deuses fo­ram então colocados sobre animais que iam na frente da multidão. Como fosse uma carga muito pesada, a fuga tornou-se muito lenta. E assim, em vez de salvar o povo, os deuses tornaram-se um empecilho para a multidão. Desse modo o povo foi vencido e levado ao cativeiro. Quão diferente é o Deus vivo a quem nós amamos e confiamos. Nós não o salvamos; Ele nos salva e nos livra nas horas de provação. A religião não é uma carga para nós. Ela não impede a nossa marcha. Ao contrário, ela nos eleva e nos conduz pelo caminho da perfeição. São, porventura, as asas uma carga para a ave? São, por ventura, as ve­las uma carga para o barco? Do mesmo modo Deus é para nós a fonte da nossa força. Seu poder habilita-nos a triunfar sobre todas as provas e tentações. Não somos nós quem o carregamos, mas sim, Ele é quem nos leva e nos traz sempre em segurança.
Claudio, um rapaz já de certa idade, pegou o ônibus e enquanto subia, um de
seus sapatos se soltou e escorregou para o lado de fora. O ônibus saiu
rapidamente, e a porta se fechou sem que houvesse chance de recuperar o
sapato “perdido”. Imediatamente, Claudio retirou seu outro sapato e jogou-o
pela janela. Um rapaz no ônibus que observava a situação, sem poder ajudar
perguntou:
- Desculpe perguntar, mas por que jogou fora seu outro sapato? E Claudio
respondeu:
- Pra que alguém o encontre e seja capaz de usá-los. Provavelmente apenas
alguém realmente necessitado dará importância a um sapato usado encontrado
na rua. E de nada lhe adiantará apenas um pé. Quando desceu do ônibus em seu
destino, Claudio buscou uma loja, e comprou um novo par de sapatos.

                                                       ****

Durante nossa vida é inevitável perder coisas. Muitas vezes estas perdas são
penosas e supostamente injustas, porém certamente necessárias para que
coisas novas e melhores possam acontecer. Jogue fora ideias, crenças,
maneiras de viver ou experiências que não lhe acrescentam nada e lhe roubam
atenção e energia. Aproveite e tire do seu “armário” aquelas coisas
negativas que só lhe trazem tristezas, ressentimentos, mágoas e sofrimento.

O “novo” só pode ocupar espaço em nossas vidas quando o “velho” deixar de
fazer parte dela.

domingo, 26 de agosto de 2012

Nasrudin estava à margem do rio, queria passar para o outro lado. A correnteza era muito forte, seria impossível atravessá-lo a nado. Foi quando viu uma pequena canoa presa na vegetação ribeirinha. Rapidamente colocou o bote n'água e pôs-se a remar para o outro lado. Com a ajuda da canoa, rapidamente atingiu a outra margem. Assim que botou os pés em terra firme pegou a canoa, colocou-a nas costas em direção à floresta. Algumas pessoas que viram toda a cena ficaram espantadas com aquela atitude inesperada de Nasrudin. Foram e lhe perguntaram: "Por que você colocou a canoa nas costas? De que lhe servirá agora que você já atravessou o rio?" Nasrudin, vermelho, suado e cansado do esforço em carregar a embarcação nas costas, lhes respondeu: "Essa canoa me ajudou muito a atravessar o rio. Não posso abandoná-la. Espero que agora ela me ajude também a atravessar a floresta”. Assim somos nós. Quando ficamos apegados ao passado. O transformamos em um pesado fardo em nossas vidas.

A águia é a ave de maior longevidade da espécie. Chega à 70 anos. Mas pra chegar essa idade, aos 40 anos tem que tomar uma séria decisão. Pois as unhas compridas e flexíveis não consegue agarrar suas presas pra alimento. O bico longo e pontudo se curva. Contra o peito estão as asas envelhecidas, pesadas de grossas penas, voar é difícil. Há 2 alternativas: Morrer ou enfrentar um doloroso processo de renovação que dura 150 dias. Tem que voar pro alto duma montanha, se recolher num ninho próximo a um paredão onde não necessite voar. Ali começa bater o bico na parede até arrancá-lo. Espera até nascer um novo, dai arranca suas unhas. Quando as novas nascem, arranca as velhas penas. E só 5 meses depois sai o vôo pra viver mais 30 anos. As vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Pra continuarmos o vôo da vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes, hábitos que nos causam dor. Só livres do peso do passado, podemos aproveitar o resultado que a renovação nos traz.
Um certo homem famoso deparou-se com um terrível dilema. Quando entrou em sua casa carregando um presente para sua esposa, sua filhinha paralítica cumprimentou-o. - Onde está a mamãe? - ele perguntou após beijá-la. - A mamãe está lá em cima - a menina respondeu. - Bem - disse o pai, tenho um presente para ela. - Oh! - exclamou a pequena. Deixe-me carregar o pacote para a mamãe? - Por que, Ana, querida? - replicou o pai. Como você pode carregar o pacote para a mamãe, se você não consegue andar? Com um sorriso, a menina continuou: - Isso é verdade, papai. Mas você pode me dar o presente e me carregar! Carregando em seus abraços, o homem levou para cima a pequena Ana e o presente. Então, ele viu a sua própria posição perante Deus: ultimamente vinha levando um pesado fardo, porém, Deus não o estava carregando? Em situações de nossa vida sempre sentimos o peso dos fardos. Algumas vezes nos esquecemos de que, mesmo carregando nosso fardos, estamos sendo carregados.

Certo homem, um cristão conhecido da localidade, caminhava com dificuldades por levar uma pesada bolsa de batatas em suas costas. Um homem incrédulo, ao vê-lo passar, interrompeu-o com uma pergunta: "Como você sabe que é um salvo?" O homem deu mais alguns passos, e soltou a bolsa no chão. Disse ele: "Eu não me virei e nem olhei ao redor, mas sei que soltei a bolsa de batatas. Como pude eu saber disso?" "Você sabe por que o peso diminuiu em suas costas," respondeu o incrédulo. "Sim," continuou o homem, "e é pelo mesmo motivo que sei que sou um homem salvo. Eu não tenho mais o peso do sentimento de culpa pelos pecados e tenho paz e satisfação em meu Senhor e Salvador." Muitas vezes não somos capazes de achar a paz verdadeira e a felicidade tão ansiosamente buscada simplesmente porque continuamos carregando, nas costas, a bolsa pesada dos prazeres mundanos que tem nos feito andar curvados sem poder enxergar a luz do Senhor à nossa frente. Estamos tão envolvidos com o pecado que não aproveitamos a liberdade de poder passear pelos campos suaves e abençoados que Deus tem preparado para Seus filhos.


Conta-se que um rei que viveu num país além-mar, há muito tempo, era muito sábio e não poupava esforços para ensinar bons hábitos a seu povo. Frequentemente fazia coisas que pareciam estranhas e inúteis; mas tudo que fazia era para ensinar o povo a ser trabalhador e cauteloso. “Nada de bom pode vir a uma nação” – dizia ele – “cujo povo reclama e espera que outros resolvam seus problemas. Deus dá as coisas boas da vida a quem lida com os problemas por conta própria”. Uma noite, enquanto todos dormiam, ele pôs uma enorme pedra na estrada que passava pelo palácio. Depois foi se esconder atrás de uma cerca, e esperou para ver o que aconteceria. Primeiro veio um fazendeiro com uma carroça carregada de sementes que levava para a moagem na usina. “Quem já viu tamanho descuido?” Disse ele contrariado, enquanto desviava sua carroça e contornava a pedra. “Por que esses preguiçosos não mandam retirar essa pedra da estrada?” E continuou reclamando da inutilidade dos outros, mas sem ao menos tocar, ele próprio, na pedra. Logo depois, um jovem soldado veio cantando pela estrada. A longa pluma de seu quepe ondulava na brisa, e uma espada reluzente pendia da sua cintura. Ele pensava na maravilhosa coragem que mostraria na guerra e não viu a pedra, mas tropeçou nela e se estatelou no chão poeirento. Ergueu-se, sacudiu a poeira da roupa, pegou a espada e enfureceu-se com os preguiçosos que insensatamente haviam largado aquela pedra imensa na estrada. Então, ele também se afastou sem pensar uma única vez que ele próprio poderia retirar a pedra. E assim correu o dia... Todos que por ali passavam reclamavam e resmungavam por causa da pedra no meio da estrada, mas ninguém a tocava. Finalmente, ao cair da noite, a filha do moleiro por lá passou. Era muito trabalhadora e estava cansada, pois desde cedo andava ocupada no moinho, mas disse a si mesma: “Já está escurecendo, alguém pode tropeçar nesta pedra e se ferir gravemente. Vou tirá-la do caminho”. E tentou arrastar dali a pedra. Era muito pesada, mas a moça empurrou, e empurrou, e puxou, e inclinou, até que conseguiu retirá-la do lugar. Para sua surpresa, encontrou uma caixa debaixo da pedra. Ergueu-a. Era pesada, pois estava cheia de alguma coisa. Havia na tampa os seguintes dizeres: “Esta caixa pertence a quem retirar a pedra”. Ela a abriu e descobriu que estava cheia de ouro. O rei então apareceu e disse com carinho: “Minha filha, com frequência encontramos obstáculos e fardos no caminho. Podemos reclamar em alto e bom som enquanto nos desviamos deles, se assim preferimos, ou podemos erguê-los e descobrir o que eles significam. A decepção, normalmente, é o preço da preguiça”. Então, o sábio rei montou em seu cavalo e, com um delicado boa noite, retirou-se. - Autor Desconhecido

Não faz muito tempo, o teto do ginásio de esportes da cidade americana de Hartford desabou. É que seus construtores, ao edificá-lo, tinham-se preocupado só com o lado estético, fazendo uma bela estrutura. Mas ela não suportou o peso da neve e do gelo acumulados no telhado. Existem muitos casamentos que vivem o mesmo problema. Começam com uma belíssima cerimônia religiosa, e tudo parece muito promissor. O Casal se sente bastante feliz, na expectativa de uma vida a dois cheia de alegrias. Mas pouco depois passam a sentir o "peso" do relacionamento, e rachaduras surgem aqui e ali. É aí então que muitos desabam.

Carga

Conta-se uma fábula sobre um homem que caminhava vacilante pela estrada, levando uma pedra numa mão e um tijolo na outra. Nas costas carregava um saco de terra; em volta do peito trazia vinhas penduradas. Sobre a cabeça equilibrava uma abóbora pesada. Pelo caminho encontrou um transeunte que lhe perguntou: - Cansado viajante, por que carrega essa pedra tão grande? - É estranho, respondeu o viajante, mas eu nunca tinha realmente notado que a carregava. Então, ele jogou a pedra fora e se sentiu muito melhor. Em seguida veio outro transeunte que lhe perguntou: - Diga-me, cansado viajante, por que carrega essa abóbora tão pesada? - Estou contente que me tenha feito essa pergunta, disse o viajante, porque eu não tinha percebido o que estava fazendo comigo mesmo. Então ele jogou a abóbora fora e continuou seu caminho com passos muito mais leves. Um por um, os transeuntes foram avisando-o a respeito de suas cargas desnecessárias. E ele foi abandonando uma a uma. Por fim, tornou-se um homem livre e caminhou como tal. Qual era na verdade o problema dele? A pedra e a abóbora? Não! Era a falta de consciência da existência delas. Uma vez que as viu como cargas desnecessárias, livrou-se delas bem depressa e já não se sentia mais tão cansado. Esse é o problema de muitas pessoas. Elas estão carregando cargas sem perceber. Não é de se estranhar que estejam tão cansadas!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012





















2012 e o Brasil ainda é país analfabeto

El cinco invertido

Segundo Indicador do Alfabetismo Funcional (INAF) 2011-2012, pesquisa produzida pelo Instituto Paulo Montenegro e a organização não governamental Ação Educativa, 38% dos brasileiros com formação superior não têm capacidade de ler e escrever decentemente. Apenas 35% das pessoas com Ensino Médio completo podem ser consideradas plenamente alfabetizadas.

O INAF 2011/2012 avaliou 2 mil pessoas, de 15 a 64 anos, em todas as regiões do país, por meio de entrevistas e um teste cognitivo, a capacidade de leitura e compreensão de textos e outras tarefas básicas que dependem do domínio da leitura e escrita. A partir dos resultados, a população é dividida em quatro grupos:

Analfabetos: Não conseguem realizar nem mesmo tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares.
Alfabetizados em nível rudimentar: Localizam uma informação explícita em textos curtos, leem e escrevem números usuais e realizam operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias.

Alfabetizados em nível básico: Leem e compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo com pequenas inferências, leem números na casa dos milhões, resolvem problemas envolvendo uma sequência simples de operações e têm noção de proporcionalidade.

Alfabetizados em nível pleno: Leem textos mais longos, analisam e relacionam suas partes, comparam e avaliam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e sínteses. Resolvem problemas que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, além de interpretar tabelas, mapas e gráficos.

Os resultados mostram que apenas 26% da população podem ser consideradas plenamente alfabetizadas – mesma porcentagem de 2001, quando foi calculado pela primeira vez. 47% dos brasileiros têm alfabetização básica – e 27% são analfabetos funcionais.

“Os resultados mostram que o Brasil avançou principalmente nos níveis iniciais do alfabetismo, mas não conseguiu progressos visíveis no alcance do pleno domínio de habilidades que são hoje condição imprescindível para a inserção plena na sociedade letrada”, aponta o relatório do Inaf 2011-2012.

O estudo indica que há relação entre o nível de alfabetização e a renda das famílias: à medida que a renda cresce, melhora a qualidade do letramento (como se chama a habilidade de escrever, ler e entender estas atividades). Detalhe sórdido: ente os que têm renda familiar acima de cinco salários mínimos, apenas 52% são considerados plenamente alfabetizados.

Entre as famílias que recebem até um salário por mês, apenas 8% atingem o nível pleno de alfabetização. Segundo o INAF, a chegada dos mais pobres ao sistema de ensino não foi acompanhada dos devidos investimentos para garantir as condições adequadas de aprendizagem.

Em miúdos: apesar da escolaridade média do brasileiro ter melhorado nos últimos anos, a inclusão no sistema de ensino não representou melhora significativa nos níveis gerais de alfabetização da população. “A busca de uma nova qualidade para a educação escolar, em especial nos sistemas públicos de ensino, andar junto com o aumento no atendimento. Só assim a escola garantirá efetivamente uma aprendizagem eficiente”, resume o relatório.

Jose Vicente Jimenez Ribas

London Book barge: para ler na água

Bookshop na água

Uma coisa boa das mudanças que acontecem no mundo dos livros é a criatividade que a gente vê o tempo todo para resgatar o hábito da leitura, lembrando às pessoas da delícia que é ler. Lá pelos lados da Inglaterra, circula pelas águas o London Book barge – The word on the water. Uma livraria de títulos de segunda mão – ou sebos, como nos é familiar -, itinerante, que passa semanas em lugares diferentes.


Tudo que consigo pensar é que são felizes os ingleses que conseguiram conhecer esse barco das maravilhas. Imagina encontrar livros num lugar tão inusitado, e ainda bonito e agradável como aparenta, cheio de referências e chá grátis.

Na página do Facebook (sim, o barco tem uma fan page e um Twitter, eles explicam que vendem livros usados, mas de qualidade. E dá para acreditar pelas fotos, onde já dá pra ver muita coisa legal.

Como se não bastasse, o The word the water tem toda uma programação cultural, com showzinhos e leitura de poemas.

Hey, bookbarge, que tal vir para o Recife?

Amazon diz que livros digitais superaram impressos no Reino Unido


Dona de Kindle explica que para cada 100 impressos vendidos, 114 cópias digitais são compradas

A livraria virtual mais famosa do mundo, Amazon, publicou dados que dão conta de que os e-books superaram em vendas os livros impressos no mercado britânico.

De acordo com informações divulgadas pelo site The Inquirer, há cerca de 15 meses a livraria vem acompanhando a ultrapassagem e hoje a cada livro impresso de capa dura vendido, duas edições eletrônicas são compradas.

Em 2012, até o momento, no Reino Unido, a cada 114 cópias digitais vendidas, 100 impressas saem das prateleiras da loja virtual.

A notícia é interessante, mas deve ser vista com cautela, uma vez que um dos negócios importantes da Amazon é a venda de seu leitor de livros digitais Kindle.

O site The Inquirer, levanta outro argumento interessante, de que mais vendas de livros digitais não significa, necessariamente, que o público está lendo mais. O site lembra que muitos leitores costumam comprar lotes de livros, principalmente logo depois que adquirem um e-book reader.

Guilherme Nascimento

O livro certo para a pessoa certa

O cenário atual da literatura no Brasil não é dos mais favoráveis, a julgar pela última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, levantada pelo Instituto Pró-Livro. O estudo, que foi publicado em março deste ano e será lançado em formato de livro na Bienal do Livro de São Paulo estima que apenas metade da população brasileira lê, e os que leem não consomem mais do que dois livros inteiros por ano, aumentando décimos de uma média que, historicamente, sempre foi baixa.

Porém, alguns dados complementares da pesquisa guardam em si pequenas esperanças de reversão do quadro a longo ou, quem sabe, curto prazo. Por exemplo, a falta de gosto pela leitura não é um empecilho, já que 62% dos entrevistados dizem gostar pelo menos um pouco de ler. E embora 87% dos que não leem afirmem nunca ter ganhado um livro, 88% dos que ganharam garantem a importância do presente para despertar o interesse por ler.

O valor de um livro presenteado, portanto, pode ser maior do que se supõe. É no que acredita o comerciante Cássio Busetto, 36 anos. “Eu sempre parto do princípio de que se alguém não gosta de ler é porque nunca foi apresentado aos livros certos. E por livro certo me refiro aos livros de qualidade e também do interesse da pessoa, que possam trazer conhecimento ou uma visão de mundo interessante.” Busetto tem o costume de dar livros de presente para as pessoas quando sabe que há um mínimo interesse pela literatura, mas é criterioso. “Procuro dar um livro que combine um pouco o gosto dela com o meu, para não presentear com algo que eu considero de mau gosto. Quando a pessoa não lê, mas tem algum interesse, procuro dar algo mais leve e agradável, um entretenimento que possa levar a leituras mais densas.”

Hillé Puonto, pseudônimo da anônima autora do blog Manual Prático de Bons Modos em Livrarias, já ajudou muita gente a encontrar esse presente, e afirma: “o que mais percebo entre as pessoas que vão à livraria atrás de um livro como forma de presente é a necessidade de se comunicar com o presenteado. Há muitas que gostam de compartilhar experiências. Eu, por exemplo, adoro presentear meus amigos com livros que tenham, de alguma forma, representado algo para mim.”

Quem recebe o presente confirma as opiniões acima. O mestrando em estudos literários da Universidade Federal do Paraná, Arthur Tertuliano, 25 anos, ganha quase sempre um livro como presente, e diz que o mimo desperta seu interesse. “Às vezes, fico muito curioso com o que a pessoa pode estar querendo dizer com ‘este livro é a sua cara’, ou dou prioridade para lê-lo quando eu sei que ela está ansiosa para comentar sobre ele”, conta, citando como exemplo o livro Duna, de Frank Hebert, que ganhou de um amigo.

“Estou lendo este não só porque a dedicatória é excelente, mas porque sei que meu amigo gosta bastante do livro e gostaria de comentá-lo comigo.”

Indicação valiosa

Esse compartilhamento de experiências no ato de presentear é outro fator de peso para criar leitores. A pesquisa aponta que o regalo representa 21% do acesso a livros e a indicação das pessoas é o terceiro maior fator de influência na hora de escolher um livro para ler, ficando atrás do título do livro e do tema. “Eu tenho um amigo que costuma pensar bastante nos presentes e, há três anos, os livros que ganho dele de aniversário estão entre os melhores que recebo”, comenta Tertuliano, concordando que uma boa indicação faz toda a diferença: “você pode dar algo no estilo do que a pessoa gosta, apresentando algo de que ela ouviu falar, mas com que nunca teve contato direto, ou mesmo abrindo seus horizontes em algum sentido.”

E a principal indicação acontece na sala de aula: 45% dos entrevistados que leem garantem que foi o professor que os influenciou ao hábito, mais do que a mãe (43%) e o pai (17%). O professor de ensino médio e ex-livreiro das Livrarias Curitiba, Claudecir Rocha, 32 anos, acredita que é só uma questão de fisgar o potencial leitor pelo título certo. “É preciso indicar algo agradável antes de apresentar o que eles precisam estudar. Se um aluno de ensino médio tiver de ler só Dom Casmurro, ele nunca mais vai ler Machado de Assis na vida, mas um conto do Machado já é mais apetecível”, afirma, e completa contando sua própria experiência: “li com meus alunos o conto ‘Feliz Ano Novo’, do Rubem Fonseca, e agora eles adoram o escritor. É só uma questão de despertar a curiosidade, e a pessoa nunca mais deixa de ler.”.

YURI AL’HANATI,

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