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sábado, 21 de julho de 2012

A Borboleta e a Flor

Certa vez, um homem pediu a Deus uma flor... e uma borboleta.

Mas Deus lhe deu um cacto... e uma lagarta.

O homem ficou triste, pois não entendeu o porquê do seu pedido vir errado.
Daí pensou: também, com tanta gente para atender...
E resolveu não questionar.
Passado algum tempo, o homem foi verificar o pedido que deixara esquecido.

Para sua surpresa, do espinhoso e feio cacto havia nascido a mais bela das flores.
E a horrível lagarta transformara-se em uma belíssima borboleta.

Deus sempre age certo.
O Seu caminho é o melhor, mesmo que aos nossos olhos pareça estar dando tudo errado.
Se você pediu a Deus uma coisa e recebeu outra, confie.
Tenha a certeza de que Ele sempre dá o que você precisa, no momento certo.

Nem sempre o que você deseja... é o que você precisa.
Como Ele nunca erra na entrega de seus pedidos, siga em frente sem murmurar ou duvidar.

O espinho de hoje... será a flor de amanhã!


“O orgulho é o início de todo pecado. (O egocentrismo gera a maioria dos nossos problemas.)”

Santo Agostinho


“A falsidade tem uma infinidade de combinações, mas a verdade só tem um modo de ser.”

Jean Jacques Rousseau


“Os homens jamais fazem o mal tão completamente e com tanta alegria como quando o fazem a partir de uma convicção religiosa.”

Blaise Pascal


“Para viver sozinho é preciso ser um animal ou então um deus.”

Friedrich Nietzsche


“Não há nenhum vento favorável para aquele que não sabe para onde vai.”

Arthur Shopenhauer


“Cada momento é único.”

Goethe


“Se você fracassa porque não planeja, está planejando seu fracasso.”

Rita Emmett


“A arte de escrever consiste em repetir o que já foi dito e fazer com que as pessoas acreditem que estão lendo pela primeira vez.”

Remy de Gourmont – poeta e dramaturgo francês


“O impulso que leva o escritor a revelar seu segredo é parte de seu oficio, que é comunicar. É comum que o artista, depois de obter sua revelação, queira comunicá-la. Não importa a quantos.”

Mário Benedetti


“Por que cantar a rosa, oh, poeta! Faz com que ela possa florescer no poema.”

Vicente Huidobro – poeta chileno


“Os piores problemas que tive em minha vida foram aqueles que nunca aconteceram.”

Mark Twain

sábado, 14 de julho de 2012


“Não chore pelas coisas terem terminado, sorria por elas terem existido.”

“A felicidade que eu sinto por saber que você existe é maior que a tristeza que eu sinto por não ter você aqui.”

“Não ame pela beleza, pois um dia ela acaba.
Não ame por admiração, pois um dia você se decepciona...
Ame apenas, pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação.”

“Só houve um lugar no mundo onde encontrei a paz.
No deserto, porque lá não havia o homem.”

“A felicidade aparece para aqueles que choram,
Para aqueles que se machucam,
Para aqueles que buscam e tentam sempre
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.”

“Perdoar é sempre bom, por maior que seja a sua dor.”

“Comece fazendo o que é necessário.
Depois o que é possível e, de repente, você estará fazendo o impossível.”

“Nunca se orgulhe,
Se vangloriando e se achando melhor que os outros.
Porque ninguém é melhor do que ninguém.
Mas, também, nunca deixe de se valorizar.”

“Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz.
As palavras de amizade e conforto podem ser curtas e sucintas, mas o seu eco é infindável.”

“Nunca se justifique para ninguém. Porque a pessoa que gosta de você não precisa que você faça isso, e quem não gosta não acreditará.”

“Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor.
Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las.”

“Não acrescente dias a sua vida, mas vida há seus dias.”

“Não precisamos realizar grandes obras a fim de mostrarmos um grande amor por Deus e pelo próximo.
É a intensidade do amor que colocamos em nossos gestos que os torna algo especial para Deus e para os homens.”

“Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração.
As palavras que não dão luz aumentam a escuridão.”

“Faz com que em lugar de pena te respeitem.”

“As grandes almas têm vontade, as mais fracas somente desejos.”

“Compreenda que se sentir ofendido prende você a outra pessoa ao invés de libertá-lo.”









quinta-feira, 12 de julho de 2012

Como apresentar seu livro e despertar interesse das editoras (I)

Gabriela Nascimento, no blog Gabi Gabiruska

Não é de hoje que um dos maiores desafios na vida de um editor é incluir em suas avaliações textos de autores nacionais. E não que eles sejam mal escritos e inapropriados, mas sim, porque muitas vezes são vendidos de um jeito totalmente “atabalhoado”. Por isso, resolvi resgatar o papo que comecei lá no blog da Gutenberg para ajudar os futuros escritores que pretendem apresentar seu manuscrito para as editoras a fazê-lo de uma forma mais atraente e eficiente.

Infelizmente, nossos autores – muitos bem talentosos – acabam se “queimando” com editores por não saberem como APRESENTAR seu material. Se por uma lado existe uma editora, com suas regras e critérios para avaliação, produção e impressão deste ou daquele livro, tem de haver um autor que obedeça a procedimentos e padrões que facilitem essa roda girar e, principalmente, que mostre que pode caminhar rumo a sua profissionalização.

Os leitores brasileiros vêm se aprimorando e se sofisticando – sim, ainda temos poucos leitores, mas os números mostram que jovens estão lendo mais livros e com mais páginas cada vez mais cedo, logo, a nossa população adulta vem se tornando um pouco mais letrada. Com leitores mais bem formados é normal que o cenário fique propício para o surgimento de novos talentos da escrita. Mas neste ponto ainda caminhamos atrasados, seja pelas poucas editoras que não dão apoio à formação e profissionalização dos autores, seja pelo amadorismo com que eles mesmos abordam as editoras.

Como este é um assunto que rende bastante discussão e possui muitos detalhes, achei melhor abordá-lo em partes, inclusive para dar tempo das informações serem assimiladas e mesmo colocadas em prática – além de dar um respiro entre uma leitura e outra.

Nesta primeira parte, vou falar do que em inglês chega ao editor como proposal. Ou seja, antes de sair enviando email, anexando seu texto, pare e pense:

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Como fazer do seu filho um bom leitor


Xico Sá, na Folha de S.Paulo

Agora vamos tratar do lado família da Flip, a festa literária de Paraty. É preocupação dos pais, leia-se mães, tornar seus filhos bons leitores.

Daí a importância de trazê-los para pegar, nem que seja por osmose, o gosto pelos livros.

Este cronista gutenberguiano, sempre preocupado com o futuro dos jornais e das edições impressas no geral, preparou um pequeno guia de iniciação dos jovens na leitura.

Atenção senhores pais:

Escola de machos – A simples iniciação via Hemingway assegura uma cota de testosterona até a madureza. Faz tão bem para o crescimento quanto Calcigenol ou óleo de fígado de bacalhau.
Vocês, pais e mestres, se orgulharão quando o pirralho sair por ai fisgando trutas, caçando pacas, tatus… mirando em rolas, codornas e juritis.

A importância de ler Wilde - A simples iniciação pelo inventor de Dorian Gray garante que o seu filho dê em um homem sensível. Sim, há o risco do metrossexualismo, mas vale a pena. O volume “O Fantasma de Canterville”, para meninos e meninas, é o indicado à guisa de debut.

Lição de anatomia – Moby Dick? Vai fazer muito bem. Seu filho crescerá generoso com as mulheres mais cheinhas, as botterinhas, e não cairá nessa fábula das passarelas e suas mulheres ossudas e magérrimas.

Piedade de nós – “Os Miseráveis”, de Victor Hugo, jamais. Muito menos as choramingas populistas de Charles Dickens. Seus filhos crescerão com peninha da humanidade, capazes de fundar uma ONG a cada bairro, achando que a caridade seja remate de todos os males.

Campos & espaços – Mal sinal quando o pimpolho começa a trocar o legos pela poesia concreta, briquedinhos que se combinam. Não há mamadeira bilaquiana que dê jeito.

Vanguardeiros e malditos – São uns bossais estraga-homens. Mantenha-os fora do alcance das crianças. Eles estão para a literatura assim como os pipoqueiros que passam drogas _esses fabulosos sedutores!_ estão para as portas dos colégios.

Catecismo e primeira comunhão – Se Deus não existe, tudo é permitido. Quer segurar o capetinha nas rédeas morais possíveis, aí incluídas as algemas forjadas no aço da culpa? Karamazov nele, como quem dá remédio forçado.

O medo diante da loba - Quer estragar sua filha querida e a vida dos futuros genros? Libere Clarice Lispector logo na pré-adolescência. Aí teremos moças misteriosas, labirínticas, metalingüísticas, uns diabos arredias e estranhas diante do amor. Capazes de tudo: TPMs elípticas, menstruações de incomunicabilidades sem fim, coitados desses futuros maridos que terão que aguentá-las.

Dica do Chicco Sal

O designer que criou uma arma de destruição em massa


Publicado originalmente no Hypeness

O designer argentino Raul Lemesoff criou o Arma De Instruccion Masiva um tanque de guerra formado por dezenas de livros que leva informação a lugares onde as pessoas não tem acesso fácil a literatura. A munição desse tanque é mais poderosa do que qualquer bomba para uma revolução.

   

“Não deixe que suba à cabeça”, aconselha McEwan a jovens escritores


Publicado originalmente no Primeira Edição

O escritor inglês Ian McEwan, um dos principais nomes da décima edição da Flip, disse durante entrevista em Paraty, que os jovens escritores brasileiros selecionados pela revista literária “Granta” não deveriam deixar a fama subir a cabeça.

Em 1983, McEwan foi ele próprio selecionado para uma edição da “Granta” com os melhores jovens romancistas britânicos.

“Não deixe que isso suba à cabeça”, disse, em resposta a que conselho daria aos jovens colegas.

“É importante o que você continuará a fazer. Elimine o barulho de prêmios, entrevistas, listas. O mundo moderno adora listas.”

“Tenho um conselho de duas palavras: compareça, esteja lá todo dia, não importa se estiver mal, você tem que estar na sua mesa de trabalho todo dia às dez da manhã”, declarou.

“Senti-me fora de lugar e com inveja. Adoraria estar nos meus vinte e tantos, trinta e poucos anos. Lembro que, em 83, eu tinha publicado quatro ou cinco livros, não era um novato completo. E foi muito interessante, porque muitos dos 20 escolhidos já eram meus amigos.”

Além dele, nomes como Salman Rushdie e Martin Amis ampliaram sua projeção ao publicar na “Granta”, uma das mais influentes revistas literárias do mundo, que no Brasil é editada pela Alfaguara.

Indagado sobre a importância de cursos de escrita criativa, ele declarou que “é muito difícil ensinar literatura”.

“Você pode ensinar técnicas, mas é importante dar às pessoas a moldura, o contexto. A maioria dos bons escritores que fizeram esses cursos normalmente já chegaram bons escritores.”

O autor inglês está lançando o romance “Serena” (Companhia das Letras) mundialmente no Brasil –só depois sairá nos países de língua inglesa.

McEwan explicou que se tratou de uma “grande sorte e maravilhosa oportunidade”. Como havia a Flip, o seu editor brasileiro pediu que ele corresse e ele diz ter ficado feliz.

O romancista contou que está próximo do Brasil desde que seu filho o acompanhou à Flip em 2004, se encantou com o país e, ao voltar para a Inglaterra, arranjou uma namorada brasileira e aprendeu português.

Livro sobre Stalin provoca revisão da figura histórica e de seu regime

Joseph Stalin (Joseph Vissarionovich Djugashvili) 1879-1953 - Soviet politician - member of the October Revolution Committee 1917 - General Secretary Communist Party 1922 Russian Federation / Mono Print

Publicado originalmente no DW

Atualmente o autor Jörg Baberowski dá margem a muita discussão na Alemanha. Ele não faz concessões em sua análise: Josef Stalin era um agressor por paixão e um psicopata impiedoso, um déspota, que mandava matar por quotas e não poupava a ninguém. Ele semeava medo, pavor e desconfiança à sua volta, submetendo toda uma sociedade a uma cultura da destruição e do terror.

Evocando numerosas fontes, Baberowski expõe essa tese nas quase 600 páginas de seu perturbador Verbrannte Erde. Stalins Herrschaft der Gewalt (Terra queimada: O regime da violência de Stalin). “Não escrevi um livro sobre a União Soviética, ou sobre o stalinismo, mas sim sobre a violência extrema e o que ela faz com as pessoas”, disse, numa de suas disputadas leituras públicas.

Império da paranoia

Para o professor de História do Leste Europeu na Universidade Humboldt, em Berlim, o homem que de 1927 a 1953 transformou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em seu “Império da Paranoia” era um assassino que tinha prazer em destruir e ferir. Um “agressor por paixão”, cujo regime foi marcado por terror sem limites e que não distinguia mais entre amigos e inimigos.

Autor Jörg BaberowskiEm tal império, sob o signo do assassínio desbragado, em princípio não pode haver sucessos políticos ou econômicos, nem notícias positivas de qualquer tipo, mas somente pragas de fome em decorrência de uma política econômica totalmente equivocada, expulsões, desapropriações, desperdício de recursos, destruição da cultura camponesa, submissão total do partido e das instituições estatais à vontade do ditador, terror contra a população, denúncia, tortura, “confissões” extorquidas, processos de fachada – e também a lealdade incondicional dos funcionários.

“Ao fim, Stalin não precisa escrever nem decretar nada. Cada um sabia, de algum modo, o que devia fazer para manter o déspota satisfeito. E ninguém queria se tornar vítima”, explica Baberowski a seu público na cidade de Colônia.

Inferno de muitos, vantagem de poucos

Com um golpe de pena, Josef Stalin enviava inocentes para a morte, às vezes alguns milhares num único dia. Ao mesmo tempo, sinaliza a seu círculo mais imediato de colaboradores que isso podia acontecer com qualquer um.

“Ele simplesmente mandava matar alguém, assim mostrando aos outros o que acontecia a quem não se submetesse.” Portanto não havia segurança nem para quem estivesse próximo do núcleo do poder. “Hoje ministro, amanhã condenado à morte: esta era a macabra imprevisibilidade do sistema”, narra o historiador.

Não eram perseguidos apenas os supostos inimigos do Estado, mas também seus familiares. Eles eram tomados como reféns, para extorquir confissões dos detentos. “E nem mesmo depois da morte da vítima tinha fim o sofrimento das esposas, filhos e parentes”. Eles eram expulsos de suas casas, deportados para os campos de trabalho, internados em orfanatos estatais.

As vidas de muitos eram transformadas num inferno por alguns poucos. Baberowski também constatou em suas pesquisas que, sem dúvida, também havia beneficiados: a elite técnica, alguns artistas, gente que se dava bem como os novos tempos.

Culto ao ditador na Geórgia

Culto contemporâneo na Rússia

Não houve um processamento reflexivo da época stalinista, nem na URSS, nem na Rússia contemporânea. No momento, o livro de Jörg Baberowski está sendo traduzido para o russo. O autor mostra-se cético: dificilmente terá muitos leitores na Rússia.

No país – assim como na Geórgia, onde o ditador nasceu em 1878 – há atualmente uma verdadeira euforia stalinista em alguns círculos. O autor consegue compreender o fenômeno, e prefere não julgá-lo.

“As pessoas que hoje aclamam Stalin, aclamam um império afundado e não se recordam da miséria da época”, opina. Os russos querem voltar a se orgulhar das guerras vencidas, por isso só se evoca o glorioso papel do grande marechal de guerra. A sociedade russa tira pouco proveito de reformas pacíficas; porém a mudança não pode vir de fora, afirma Baberowski.

O especialista em história do Leste Europeu tem recebido muitos elogios pela pesquisa meticulosa e pela apresentação cativante. Seu colega Gerhard Simon caracteriza a monografia como “arrebatadora, memorável e indispensável”. Ela oferece um contrapeso à memória histórica europeia, ainda fortemente concentrada no nacional-socialismo.

Vozes críticas

Stalin: polêmico, mesmo seis décadas após a morteOutros pesquisadores apontam no trabalho de Baberowski emocionalidade e falta de distanciamento em relação ao objeto de estudo. Eles questionam essa tese de um tirano absoluto, que move todos os fios da política.
Em um ensaio para a revista Osteuropa, o historiador Stefan Plaggenberg, de Bochum, afirma que Stalin não foi um “maníaco geneticamente defeituoso”, mas sim um produto das circunstâncias.

Benno Enker, especialista em história do Leste Europeu de Sankt Gallen, Suíça, se incomoda com uma “equiparação das ditaduras terroristas” do nazismo e no stalinismo, acusando um “obscurecimento terminológico”. Já Christoph Dieckmann, do Instituto Fritz Bauer, critica o estudo por dar a impressão de que as ondas de violência stalinista viessem “como fenômenos naturais”, explicadas exclusivamente pelos “humores de Stalin”.

Todas essas diferentes tentativas de explicação confirmam: mais quase seis décadas após sua morte, a figura histórica de Stalin não deixa ninguém indiferente: nem o autor do livro, nem seus críticos. E muito menos os leitores.

Autoria: Cornelia Rabitz (av)
Revisão: Mariana Santos

Acreditar que filmes substituem livros é um erro gigantesco, diz escritor espanhol


Publicado originalmente no Opera Mundi

Javier Cercas conversou com o Opera Mundi após uma exaustiva sessão de autógrafos, na qual foi necessária até mesmo a intervenção de seguranças para acalmar os ânimos de fãs que brigavam entre si por lugares na fila. Aclamado pela crítica literária dentro e fora da Espanha, seus livros já foram traduzidos para mais de 20 idiomas.

Soldados de Salamina, da Editora Globo, foi o que atingiu maior repercussão. Do ponto de vista político, tornou-se obra respeitada por revelar como temas dados como encerrados e resolvidos no imaginário comum espanhol encontravam-se, na realidade, apenas latentes, prontos para eclodirem na forma de intensos debates públicos. No que toca sua estética, brinca com o conceito de narrativa real, uma quase-crônica que institui para narrar a peculiar história do poeta falangista Rafael Sánchez Mazas, sobrevivente de um fuzilamento ordenado pelo partido ultranacionalista que ajudou a fundar na década de 1930.

Caminhando pelas ruas tortuosas de Paraty, se dando ao direito de inclusive parar por alguns instantes, desviar de assunto, e comentar sobre a luz da lua cheia, ele falou das fontes de que bebeu a vida inteira para escrever sua obra e do valor que assume um texto a partir do momento que é fabricado para jornais. Com Soldados de Salamina adaptado para o cinema, também tentou avaliar a hipótese do impacto das releituras de longa-metragens sobre o enredo de obras originalmente publicadas em livros.

Opera Mundi – O que significa Jorge Luis Borges em sua vida?
Javier Cercas – Muito. A Wikipédia diz que me tornei escritor depois de ler Borges. Isso não é verdade. Na realidade, comecei a ler Borges com 15 anos e achei tão bom que não consegui fazer mais nada a não ser continuar a lê-lo. O resultado foi que comecei a escrever muito mais tarde do que imaginava. É um escritor importantíssimo, talvez ainda mais importante para nós que escrevemos em espanhol. Não se pode escrever em espanhol sem ler, ou melhor, sem ter assimilado Borges.

OM – Susan Sontag e Mario Vargas Llosa elogiaram muito seu Soldados de Salamina. De todos os romances que produziu, esse é também o que você mais gosta?
JC - Essa é uma pergunta muito difícil. Soldados de Salamina não me parece ruim. Eu deveria odiá-lo, porque todos só falam dele. Mas não o odeio. Continuo me sentindo confortável com ele, não me incomoda. Às vezes um escritor consegue muito sucesso com um livro, todos começam a falar só dele e aí acaba o odiando. É um livro raro, mas tudo o que escrevo é raro. Estou bem feliz com ele.
Um pouco do êxito de Soldados de Salamina foi reabrir a história da Espanha. Lá a história é muito fechada. Em seu êxito brutal e inesperado, o livro contribuiu ao menos para reabri-la. Certamente.

OM – Estive certa vez em uma livraria e uma senhora deixou de comprar um dos livros do sueco Stieg Laarson somente porque a mesma história estava sendo exibida nos cinemas. A transformação de livros em filmes representa um prejuízo para a literatura?
JC - Um filme é um filme e um livro é um livro. São coisas totalmente distintas. É um erro gigantesco e evidente acreditar que um filme substitui um livro. O filme de Soldados de Salamina, por exemplo, é totalmente diferente do livro. Trata-se de uma interpretação do livro. Cada leitor interpreta a obra de um maneira e o diretor faz o mesmo. Obviamente não pode substituir o livro porque o livro acontece na cabeça de cada pessoa.
Também não penso que seja um prejuízo para a literatura [transformar livros em filmes]. Pode ser inclusive um benefício. Traduzir um livro em imagens é uma leitura e essa leitura pode ser boa ou má.

OM – Você menciona várias vezes as narrativas reais em seus livros. Qual a diferença entre narrativa real e jornalismo?
JC – O momento real é mais uma espécie de crônica do que de jornalismo. Mas Soldados de Salamina não é uma narrativa real. Seu narrador diz que é, mas jamais podemos acreditar no narrador, essa é a primeira regra da literatura.
Ainda que a crônica e o jornalismo persigam a verdade, temos de ter a consciência de que não é possível alcançá-la. Só se pode tentar alcançá-la. Quem pensa que fazendo jornalismo está dizendo a verdade ou é louco, ou é um fanático, ou é um tonto, ou é um canalha, o que é mais provável.

OM – Em seu livro, há uma personagem chamada Aguirre que diz que “escrever em jornais não é escrever”. Você concorda com isso?
JC – Não. Isso quem disse foi o Javier Cercas do romance. Na realidade eu acredito que pode-se escrever tão bem ou tão mal em jornais quanto em romances. Não acredito que há gêneros literários melhores ou piores. Há, sim, melhores ou piores formas de se usar os gêneros literários. Há opções e capacidades. Boa parte da melhor literatura que já se escreveu em espanhol no século XX é a literatura que está nos jornais. As coisas que digo no livro têm sentido dentro do livro. Não sempre para toda a minha vida.

OM – Há um momento no qual o narrador de Soldados de Salamina diz não saber ao certo diferenciar um bom escritor de um grande escritor. Você consegue estabelecer essa diferença?
JC – Essa é uma boa questão. Sei apenas que há poucos grandes escritores no mundo. Cervantes, Kafka, Proust, Conrad são grandes escritores. Borges, como estávamos falando. Gosto muito de Hemingway.

“Estou disposto a morrer pelo livro físico” diz livreiro


Publicado originalmente No Mundo & Nos Livros

O proprietário da Lemúria Bookstore, John Evans, discutiu o impacto, ou falta dele, que teve a disponibilidade de e-books para o seu negócio. “Eu não estou interessado em vender e-books”, disse ao ao Ledger “Eu estou, sim muito disposto em viver e morrer pelo livro físico em minha comunidade. Sim, e-books são mais baratos. A coisa que eu pergunto é quantas pessoas compram com a intenção de lê-los, mas nunca o fazem?”

Evans comentou ainda que se o livro fosse inventado hoje seria uma grande invenção. É portátil. É fácil de transportar com você. Se há algo que você gosta, você pode sublinhar ou fazer anotações.

A mesma coisa poderia ser dito sobre um jornal: Se ele acabasse de ser inventado que grande invenção seria. É portátil. É fácil para transportá-lo. Se há algo que você gosta, você pode escrever sobre ele, ou melhor, você pode arrancar algo para guardar para mais tarde. “Ler algo na tela do computador não é páreo para o prazer de manusear e ler um livro ou um jornal.”

Site da livraria: http://www.lemuriabooks.com/

Estudantes estão conectados, mas não têm hábito de ler


Publicado originalmente no Terra.com

A pesquisa Escolas Estaduais do Rio do Janeiro – Percepções e Expectativas de Alunos revela que 92%dos estudantes do Ensino Médio da rede estadual estão conectados à internet, mas o hábito de ler não faz parte da vida deles. De modo geral: 14% dos 4 mil alunos consultados disseram não ter lido nenhum livro nos últimos cinco anos. Um livro foi lido no período por 11% dos estudantes; dois ou três livros por26% e quatro ou cinco livros por 17%. O estudo foi efetuado pelo Instituto Mapear para a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro.

Entre os alunos que leram mais que um livro em média nos últimos cinco anos, a pesquisa registrou que14% leram entre 6 e 10 livros, 8% entre 11 e 20 e 10% leram mais que 20 livros em cinco anos.

A pesquisa Retrato da Leitura no Brasil, divulgada em março deste ano pelo Instituto Pró-Livro, registra que, na faixa etária entre 5 e 10 anos, as crianças brasileiras leram 5,4 livros, no ano passado. Entre os pré-adolescentes, de 11 a 13 anos, a taxa de leitura ficou em 6,9 livros por ano e entre adolescentes de 14 a 17 anos (mesma faixa etária da pesquisa realizada no estado do Rio de Janeiro) foram lidos 5,9 livros em 2011.

Os números são menores do que os registrados na pesquisa Retratos da Leitura no Brasil realizada em 2007, mas, segundo o Instituto Pró-Livro, a queda se deve a uma diferença de metodologia em relação ao estudo deste ano, não necessariamente à uma queda no número de leitores no País.

O baixo índice de leitura entre os alunos do Ensino Médio da rede pública estadual fluminense pode ser atribuído a um fator histórico, disse o subsecretário de Gestão do Ensino, Antonio Neto. O subsecretario informou que 70% dos pais de alunos não têm o Ensino Fundamental completo. “No ambiente familiar o aluno não encontra estímulo para a leitura”, disse.

Nas famílias de classe média, que costumam assinar jornais e periódicos, os estudantes conseguem ter mais acesso a algum tipo de leitura. “No caso das famílias mais pobres, nós não vemos isso. Vemos grandes dificuldades. O papel da escola passa a ser mais importante, porque é um quadro que tem que ser revertido desde os anos iniciais da educação”, disse Neto. A pesquisa foi pautada no Ensino Médio e mostra que a leitura tem que ser fortalecida desde os anos iniciais do Ensino Fundamental, “para que no Ensino Médio, o aluno tenha uma convivência com o livro muito maior”.

Neto observou que, “como o mundo ideal não existe”, é preciso trabalhar com a realidade. Para fomentar ações que incentivem o gosto pela leitura entre os alunos, a Secretaria Estadual de Educação do Rio utiliza ferramentas, como a Semana de Artes das escolas públicas estaduais.

A iniciativa foi resultado de trabalhos efetuados por escolas da rede estadual que envolveram várias linguagens, entre as quais música, dança, pintura, literatura, vídeo e teatro. "Essa ação de fomento à arte está necessariamente ligada à leitura”, disse. Foram cinco dias de ações escolares, o que levou a secretaria a decidir ampliar o evento no próximo ano.

Outra ação de incentivo ao hábito de ler entre os estudantes é o Salão do Livro das Escolas Estaduais. O evento é anual e constitui uma oportunidade de as unidades escolares adquirirem novos livros para os estudantes. Cerca de 141 unidades participaram da última edição, que teve uma verba de R$ 8 milhões.

Novas ações estão sendo formatadas com o objetivo de serem introduzidas na rede de ensino em 2013. Neto esclarece que a secretaria não trabalha com o conceito de bibliotecas, mas de salas de leitura nas escolas. O acervo dessas unidades considera uma proporção média de três livros, “pelo menos”, por aluno, conforme determina a legislação atual para bibliotecas.

A secretaria criou, no ano passado, a função de “professor agente de leitura”. Esse profissional começará a ser colocado nas escolas ainda neste semestre com a função de fomentar a leitura. Ele terá também a atribuição de criar estratégias para que o aluno “utilize e trabalhe com esses livros”.

sábado, 7 de julho de 2012











“Nada nos deixa tão solitários quanto nossos segredos.”

Paul Tournier


“A tristeza é um muro entre dois jardins.”

Khalil Gilbran


“Quero estar acordado no sonho e conduzir meu sonho como um homem desperto.”

Antonin Artaud (Teatrólogo Francês)


“Não me interessa saber como você ganha à vida. Quero saber o que mais deseja e se ousa sonhar em satisfazer os anseios de seu coração. Não me interessa saber sua idade. Quero saber se você correria o risco de parecer tolo por amor, pelo seu sonho, pela aventura de estar vivo.”

Oriah Mountain Dreamer


“ Ser livre não é nada. Tornar-se livre é tudo.”

Johann Gottlieb Fichte


“Nunca é tarde para ser o que você poderia ter sido.”

George Eliot


“Um Deus infinito pode se dar inteiro a cada um de seus filhos. Ele não se distribui de modo que cada um tenha uma parte, mas a cada um Ele se dá inteiro, tão integralmente como se não houvesse outros.”

A.  W. Tozer


“Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis.”

Bertold Brecht


“O que me assusta não é o barulho dos maus, o que me assusta é o silêncio dos bons.”

Martin Luther King


“Penso, logo existo. (E nós de fato, começamos a pensar.)”

René Descartes

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