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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

2012 e o Brasil ainda é país analfabeto

El cinco invertido

Segundo Indicador do Alfabetismo Funcional (INAF) 2011-2012, pesquisa produzida pelo Instituto Paulo Montenegro e a organização não governamental Ação Educativa, 38% dos brasileiros com formação superior não têm capacidade de ler e escrever decentemente. Apenas 35% das pessoas com Ensino Médio completo podem ser consideradas plenamente alfabetizadas.

O INAF 2011/2012 avaliou 2 mil pessoas, de 15 a 64 anos, em todas as regiões do país, por meio de entrevistas e um teste cognitivo, a capacidade de leitura e compreensão de textos e outras tarefas básicas que dependem do domínio da leitura e escrita. A partir dos resultados, a população é dividida em quatro grupos:

Analfabetos: Não conseguem realizar nem mesmo tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares.
Alfabetizados em nível rudimentar: Localizam uma informação explícita em textos curtos, leem e escrevem números usuais e realizam operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias.

Alfabetizados em nível básico: Leem e compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo com pequenas inferências, leem números na casa dos milhões, resolvem problemas envolvendo uma sequência simples de operações e têm noção de proporcionalidade.

Alfabetizados em nível pleno: Leem textos mais longos, analisam e relacionam suas partes, comparam e avaliam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e sínteses. Resolvem problemas que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, além de interpretar tabelas, mapas e gráficos.

Os resultados mostram que apenas 26% da população podem ser consideradas plenamente alfabetizadas – mesma porcentagem de 2001, quando foi calculado pela primeira vez. 47% dos brasileiros têm alfabetização básica – e 27% são analfabetos funcionais.

“Os resultados mostram que o Brasil avançou principalmente nos níveis iniciais do alfabetismo, mas não conseguiu progressos visíveis no alcance do pleno domínio de habilidades que são hoje condição imprescindível para a inserção plena na sociedade letrada”, aponta o relatório do Inaf 2011-2012.

O estudo indica que há relação entre o nível de alfabetização e a renda das famílias: à medida que a renda cresce, melhora a qualidade do letramento (como se chama a habilidade de escrever, ler e entender estas atividades). Detalhe sórdido: ente os que têm renda familiar acima de cinco salários mínimos, apenas 52% são considerados plenamente alfabetizados.

Entre as famílias que recebem até um salário por mês, apenas 8% atingem o nível pleno de alfabetização. Segundo o INAF, a chegada dos mais pobres ao sistema de ensino não foi acompanhada dos devidos investimentos para garantir as condições adequadas de aprendizagem.

Em miúdos: apesar da escolaridade média do brasileiro ter melhorado nos últimos anos, a inclusão no sistema de ensino não representou melhora significativa nos níveis gerais de alfabetização da população. “A busca de uma nova qualidade para a educação escolar, em especial nos sistemas públicos de ensino, andar junto com o aumento no atendimento. Só assim a escola garantirá efetivamente uma aprendizagem eficiente”, resume o relatório.

Jose Vicente Jimenez Ribas

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