Segundo Indicador do Alfabetismo Funcional
(INAF) 2011-2012, pesquisa produzida pelo Instituto Paulo Montenegro e a
organização não governamental Ação Educativa, 38% dos brasileiros com formação
superior não têm capacidade de ler e escrever decentemente. Apenas 35% das
pessoas com Ensino Médio completo podem ser consideradas plenamente
alfabetizadas.
O INAF 2011/2012 avaliou 2 mil pessoas, de
15 a 64 anos, em todas as regiões do país, por meio de entrevistas e um teste cognitivo,
a capacidade de leitura e compreensão de textos e outras tarefas básicas que
dependem do domínio da leitura e escrita. A partir dos resultados, a população
é dividida em quatro grupos:
Analfabetos: Não conseguem realizar nem
mesmo tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma
parcela destes consiga ler números familiares.
Alfabetizados em nível rudimentar: Localizam uma informação explícita em textos curtos, leem e escrevem números usuais e realizam operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias.
Alfabetizados em nível rudimentar: Localizam uma informação explícita em textos curtos, leem e escrevem números usuais e realizam operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias.
Alfabetizados em nível básico: Leem e
compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo com pequenas
inferências, leem números na casa dos milhões, resolvem problemas envolvendo uma
sequência simples de operações e têm noção de proporcionalidade.
Alfabetizados em nível pleno: Leem textos
mais longos, analisam e relacionam suas partes, comparam e avaliam informações,
distinguem fato de opinião, realizam inferências e sínteses. Resolvem problemas
que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e
cálculo de área, além de interpretar tabelas, mapas e gráficos.
Os resultados mostram que apenas 26% da
população podem ser consideradas plenamente alfabetizadas – mesma porcentagem
de 2001, quando foi calculado pela primeira vez. 47% dos brasileiros têm
alfabetização básica – e 27% são analfabetos funcionais.
“Os resultados mostram que o Brasil avançou
principalmente nos níveis iniciais do alfabetismo, mas não conseguiu progressos
visíveis no alcance do pleno domínio de habilidades que são hoje condição
imprescindível para a inserção plena na sociedade letrada”, aponta o relatório
do Inaf 2011-2012.
O estudo indica que há relação entre o nível
de alfabetização e a renda das famílias: à medida que a renda cresce, melhora a
qualidade do letramento (como se chama a habilidade de escrever, ler e entender
estas atividades). Detalhe sórdido: ente os que têm renda familiar acima de
cinco salários mínimos, apenas 52% são considerados plenamente alfabetizados.
Entre as famílias que recebem até um salário
por mês, apenas 8% atingem o nível pleno de alfabetização. Segundo o INAF, a
chegada dos mais pobres ao sistema de ensino não foi acompanhada dos devidos
investimentos para garantir as condições adequadas de aprendizagem.
Em miúdos: apesar da escolaridade média do
brasileiro ter melhorado nos últimos anos, a inclusão no sistema de ensino não
representou melhora significativa nos níveis gerais de alfabetização da
população. “A busca de uma nova qualidade para a educação escolar, em especial
nos sistemas públicos de ensino, andar junto com o aumento no atendimento. Só
assim a escola garantirá efetivamente uma aprendizagem eficiente”, resume o
relatório.
Jose Vicente Jimenez Ribas
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