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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Vendas porta a porta ganham espaço no mercado de livros no país


Vendedoras apresentam livros à moradora na Zona Sul de São Paulo (Foto: Darlan Alvarenga/G1)
Vendedoras apresentam livros à família na Zona Sul de São Paulo

Darlan Alvarenga, no G1
“Ô de casa. Tem um minuto? É sobre escola, educação e cultura”, repete a vendedora Laís Alves de Souza, que se apresenta como agente de leitura, a cada residência abordada no Jardim Vaz de Lima, na periferia da Zona Sul de São Paulo. Por mais antiquada que possa parecer – diante da tendência de megalivrarias e sites com milhões de títulos – a venda de livros porta a porta e por catálogos disparou nos últimos anos e tem ajudado a alavancar o crescimento do mercado editorial brasileiro.
Dados da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e da Associação Brasileira de Difusão de Livros (ABDL) mostram uma alta de 40,9% nas vendas de exemplares pelo canal porta a porta em 2010 em relação ao ano anterior. No mesmo período, a venda total de livros no país cresceu 8,3%. Atualmente, 1 de cada 5 exemplares é vendido pelo canal porta a porta. Há 5 anos, essa relação era de 1 para cada 20.
De 2006 a 2010, a participação do segmento no total de vendas aumentou de 5,43% para 21,66%, segundo pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Atualmente, somente as livrarias e as distribuidoras estão na frente do porta a porta como canal de venda, com participação de 40,51% e 22,55%, respectivamente. A ABDL estima que as vendas pela internet respodem por cerca de 6% do mercado.
Arte venda livros (Foto: Editoria de Arte/G1)

“O porta a porta está atuando como motor de crescimento do mercado editorial no país”, afirma Diego Drumond e Lima, presidente da ABDL e diretor-geral da Editora Escala. Segundo ele, o segmento reúne cerca de 80 editoras e 30 mil vendedores exclusivos de livros. “Temos mais de 5.500 municípios no país e apenas 2.300 livrarias. Então, o porta a porta, com a sua capilaridade, ajuda a suprir essa lacuna”, diz.
Mesmo em capitais como São Paulo, a oferta porta a porta segue firme e forte. Com a maior participação da mulher no mercado de trabalho, tem aumentado o número de campainhas que precisam ser tocadas para um vendedor conseguir apresentar sua oferta. Mas levam poucos minutos para encontrar um morador receptivo ao material e que vai logo convidando os revendedores para entrarem dentro de suas casas, conforme presenciou a reportagem do G1.
“Para ser sincera, não gosto muito de ler não, mas tenho que incentivar meus filhos e também estou pensando em voltar a estudar”, afirma a atendente de padaria Maria Telma da Silva Lima, de 32 anos, que parcelou em seis vezes um kit de apoio ao estudo no ensino fundamental e médio. (mais…)

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