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sábado, 10 de março de 2012

Relatório da UNESCO revela impacto dos conflitos armados na educação


O Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos (EPT) 2011 da UNESCO, alerta que os conflitos armados estão privando 28 milhões de crianças da oportunidade de estudar e as expõem ao risco de serem vítimas de abusos sexuais e outros tipos de violência, a ataques direcionados a escolas e outros atentados contra os direitos humanos.

O relatório “A crise oculta: Conflitos armados e educação” adverte que o mundo não está no caminho para atingir até 2015 os seis objetivos de Educação para Todos (EPT), assinados por mais de 160 países em 2000, entre eles o Brasil. Apesar dos progressos em diversas áreas, a maioria dos objetivos ainda está longe de ser alcançada, especialmente em regiões devastadas por conflitos.

Situação no mundo

Desde 2000, o número de crianças fora da escola vem caindo, mas ainda há 67 milhões de crianças nessa situação;

Do número total de crianças em idade escolar primária do mundo que não estão matriculadas em escolas, 42% – 28 milhões – vivem em países pobres afetados por conflitos;

Nos países afetados por conflitos as taxas de matrícula na educação secundária são aproximadamente 30% inferiores às de outros países em desenvolvimento;

Vinte e um países gastam mais com as forças armadas do que com a educação básica; se esse gasto fosse cortado em apenas 10%, eles poderiam colocar mais 9.5 milhões de crianças na escola;

Aproximadamente 17% dos adultos do mundo – 796 milhões de pessoas – ainda não possuem competências básicas de alfabetização. Cerca de dois terços são mulheres;

Em países pobres afetados por conflitos, apenas 79% dos jovens são alfabetizados, comparando com 93% em outros países pobres;

Serão precisos mais 1.9 milhões de professores até 2015 para alcançar a educação primária universal, mais da metade deles na África subsaariana;

Os investimentos feitos pelos países doadores em educação fundamental desde 2008 estagnaram em 4,7 bilhões anuais. Há um déficit anual de 16 bilhões de dólares para o financiamento da EPT;

As disparidades de gênero diminuíram, embora os progressos sejam lentos;

Situação do Brasil

Em 2007, cerca de 682 mil crianças estavam fora da escola no Brasil. Se somarmos as crianças fora da escola em todo o mundo, metade delas se concentram em apenas 15 países. O Brasil faz parte deste grupo;

A maioria dos adultos analfabetos se concentra em 10 países, entre os quais o Brasil, que apesar de ter reduzido em 2,8 milhões a população analfabeta entre 2000 e 2007, ainda tinha 14 milhões de analfabetos em 2007.

O programa Brasil Alfabetizado ofereceu aulas de alfabetização a 8 milhões de jovens e adultos que receberam educação formal limitada. O programa usou informações detalhadas de pesquisas para identificar 1.928 municípios nos quais mais de um quarto da população é analfabeta: 84% estão na região nordeste;

Vários países latino-americanos têm programas de transferência de renda condicionados à permanência das crianças na escola. Evidências do Brasil, do México, da Nicarágua e de outros países sugerem que esses programas não apenas melhoram a frequência escolar, mas também a saúde e a nutrição;

Educação Infantil (4-6 anos): em 2008 apenas 49% da população dessa faixa etária estavam na escola;

No Brasil, a paridade de gênero (proporção de mulheres/homens) nas taxas de matrícula na educação primária foram de 0,94 em 1999 para 0,93 em 2008, e na educação secundária permaneceram em 1,11 nesse mesmo período.

Índice de Desenvolvimento da Educação (IDE)

Brasil permanece na 88ª posição, apesar de ter aumentado o índice de 0,883 para 0,889 de 2010 para 2011.

A taxa de matrícula líquida ajustada da educação primária (todas as crianças de 7 a 10 anos matriculadas na educação básica) subiu de 0,935 para 0,951 no mesmo período.

A taxa de alfabetização de adultos, o índice específico de gênero e a permanência na escola após o fim da educação primária permaneceram inalterados.

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