O passado sempre atormentou Pedro, e a ânsia
de viver o futuro idealizado, imaginário ou concreto dependeria apenas dos
sonhos e descobertas diárias. E Pedro era um sonhador…
Aos 23 anos ele já vivera os mais díspares
sonhos, o sofrimento e a redenção lapidaram seus pequenos passos na busca
incessante do eu que tanto o incomodava. Quem eram seus antepassados? Como
viveram? Quem moldou o Pedro que hoje conhecemos? As respostas não estavam nas
conversas, investigações, álbuns de fotografias, nem nos inúmeros livros devorados
na certeza inadvertida de chegar a respostas plausíveis.
Largar tudo e sair em busca de soluções
quando se tem 23 anos pode ser uma aventura fantástica, mas também deveras
perigosa. Mas ele necessitava disso, e seu destino passou a ser tão duvidoso
quanto suas dúvidas. Fotografias, cartas, endereços, era tudo que Pedro
precisava naquele momento.
Voltar a lugares imaginados somente nas
histórias contadas por seus avós foi recalcitrante, indubitavelmente perigoso,
porém ele tinha uma certeza: seu lugar era o mundo, eram as trilhas que iria
descobrir, os labirintos que iria percorrer. E Pedro percorreu muitos
labirintos, em alguns sorriu, noutros sofreu, chorou com imagens e descobertas
nunca antes ilustradas nas histórias ouvidas.
Os caminhos percorridos, o medo, a solidão,
as verdades ocultas, os segredos revelados a cada passo dado, a cada conversa
moldaram um novo ser humano.
E pode-se chegar à conclusão de que algumas
histórias nunca deveriam ser reveladas, outras permanecerão trancafiadas nos
caminhos mais obscuros de nossas mentes.
Crônica inspirada na leitura do livro
TUDO SE ILUMINA, de Jonathan Safran Foer.
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