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domingo, 17 de fevereiro de 2013


Um dos grandes nomes da poesia brasileira do século 20, João Cabral de Melo Neto nasceu no dia 9 de Janeiro de 1920, no Recife, capital pernambucana. Seus primeiros dez anos de vida foram praticamente passados no engenho da família, em São Lourenço da Mata (PE). A infância à beira do Capibaribe o marcaria para sempre. Os trabalhadores da fazenda de seu pai lhe traziam folhetos de literatura de cordel, assim teve seu primeiro contato com a literatura. Sem saber ler, esses homens o escalavam para sessões de leitura nos momentos em que não estavam trabalhando nos canaviais. Cursou até o 2o. Grau em colégio marista, não tendo frequentado curso superior. João Cabral era um amante do futebol, tendo sido campeão juvenil pelo Santa Cruz Futebol Clube em 1935.

Na juventude, desejava ser crítico literário. Um forte senso crítico percorre, de fato, toda a sua obra. Aos 20 anos, no Rio de Janeiro, ele conheceu o grandessíssimo poeta também brasileiro Carlos Drummond de Andrade e frequentou as rodas literárias de Jorge de Lima. Dois anos depois, mudou-se em definitivo para a cidade. Em seus primeiros livros - O Engenheiro, publicado em 1945, e Psicologia da Composição, publicado em 1947 - até O Cão Sem Plumas (publicado em 1950), apresenta forte influência do surrealismo em versos curtos, ferozmente depurados, cujo símbolo é o poema "Uma faca só Lâmina", de 1955.

Mudou-se para o Rio de Janeiro com pouco mais de 20 anos. Aproximou-se do primo Manuel Bandeira, 34 anos mais velho, e também ficou amigo de Carlos Drummond de Andrade, a quem pediu para ser apresentado e apontaria depois como seu grande mestre na literatura brasileira. 

Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 1969.

João Cabral inicia sua produção poética aos dezessete anos, mas é em 1942 que publica Pedra do Sono, sua primeira obra.

A obra de João Cabral se inicia, a rigor, com a publicação, em 1942, do seu primeiro livro de poemas, Pedra do sono, de nítida influência surrealista, mas que já apresentava, como o percebeu o crítico Antonio Candido em resenha da época, um rigor construtivo herdado do Cubismo. Conhece, a partir de 1940, no Rio de Janeiro, alguns dos mais importantes poetas brasileiros da geração de 1930, como Murilo Mendes, Jorge de Lima, Vinicius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade, a quem já dedicara o seu primeiro livro e dedicaria o seu livro seguinte,   O engenheiro (1945). Publicou, também, na Revista do Brasil, em 1943, a peça em prosa poética Os três mal amados, até hoje não encenada, que toma como mote o conhecido poema Quadrilha, de Drummond.

É uma poesia que nenhum véu encobre, uma poesia das coisas concretas, do substantivo, que o poeta vai perseguir a partir de agora, tornando-se, assim, o mais rigoroso e exigente dos poetas da nossa literatura.

Academia Brasileira de Letras

Foi eleito membro da academia em 15 de agosto de 1968, e empossado em 6 de maio de 1969, recebido por Múcio Leão. Ocupou a cadeira 37, antes ocupada pelo jornalista Assis Chateaubriand  com uma importância grande na Literatura Brasileira. 

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