Um dos grandes nomes da poesia brasileira do século 20, João
Cabral de Melo Neto nasceu no dia 9 de Janeiro de 1920, no Recife, capital
pernambucana. Seus primeiros dez anos de vida foram praticamente passados no
engenho da família, em São Lourenço da Mata (PE). A infância à beira do
Capibaribe o marcaria para sempre. Os trabalhadores da fazenda de seu pai lhe
traziam folhetos de literatura de cordel, assim teve seu primeiro contato com a
literatura. Sem saber ler, esses homens o escalavam para sessões de leitura nos
momentos em que não estavam trabalhando nos canaviais. Cursou até o 2o.
Grau em colégio marista, não tendo frequentado curso superior. João
Cabral era um amante do futebol, tendo sido campeão juvenil pelo Santa
Cruz Futebol Clube em 1935.
Na juventude, desejava ser crítico literário. Um forte senso crítico
percorre, de fato, toda a sua obra. Aos 20 anos, no Rio de Janeiro, ele
conheceu o grandessíssimo poeta também brasileiro Carlos Drummond de
Andrade e frequentou as rodas literárias de Jorge de Lima. Dois
anos depois, mudou-se em definitivo para a cidade. Em seus primeiros livros
- O Engenheiro, publicado em 1945, e Psicologia
da Composição, publicado em 1947 - até O Cão Sem Plumas (publicado
em 1950), apresenta forte influência do surrealismo em versos curtos,
ferozmente depurados, cujo símbolo é o poema "Uma faca só Lâmina", de
1955.
Mudou-se para o Rio de Janeiro com pouco mais de 20 anos. Aproximou-se
do primo Manuel Bandeira, 34 anos mais velho, e também ficou amigo
de Carlos Drummond de Andrade, a quem pediu para ser apresentado e
apontaria depois como seu grande mestre na literatura brasileira.
Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 1969.
João Cabral inicia sua produção poética aos dezessete anos, mas é em
1942 que publica Pedra do Sono, sua primeira obra.
A obra de João Cabral se inicia, a rigor, com a publicação, em 1942, do
seu primeiro livro de poemas, Pedra do sono, de nítida influência
surrealista, mas que já apresentava, como o percebeu o crítico Antonio
Candido em resenha da época, um rigor construtivo herdado do Cubismo.
Conhece, a partir de 1940, no Rio de Janeiro, alguns dos mais importantes
poetas brasileiros da geração de 1930, como Murilo Mendes, Jorge de
Lima, Vinicius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade, a quem já
dedicara o seu primeiro livro e dedicaria o seu livro
seguinte, O engenheiro (1945). Publicou, também,
na Revista do Brasil, em 1943, a peça em prosa poética Os três mal
amados, até hoje não encenada, que toma como mote o conhecido poema Quadrilha,
de Drummond.
É uma poesia que nenhum véu encobre, uma poesia das coisas
concretas, do substantivo, que o poeta vai perseguir a partir de agora,
tornando-se, assim, o mais rigoroso e exigente dos poetas da nossa literatura.
Academia Brasileira de Letras
Foi eleito membro da academia em 15 de agosto de 1968, e empossado em 6
de maio de 1969, recebido por Múcio Leão. Ocupou a cadeira 37, antes
ocupada pelo jornalista Assis Chateaubriand com uma importância grande na
Literatura Brasileira.
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