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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Quase metade dos homens está com colesterol elevado, indica pesquisa do HCor

Do UOL Ciência e Saúde
Em São Paulo

Um levantamento realizado pelo HCor (Hospital do Coração) com 1.252  pacientes na faixa etária de 30 a 55 anos, mostrou que 43% dos homens estão com colesterol LDL elevado (maior ou igual a 130 mg/dL, enquanto o recomendado é não ultrapassar a 100 mg/dL). Já entre as mulheres,  30,4% apresentam colesterol maior ou igual a 130 mg/dL.

O que é?

O colesterol é uma molécula similar à gordura que age na composição da membrana que envolve as células, é essencial para a fabricação de hormônios e na composição da vitamina D, necessária para os ossos e para o crescimento. Obtido nos alimentos de origem animal ou produzido pelo fígado, ele circula por todo o corpo, nas não é solúvel no sangue.

No brasil, estatísticas oficiais indicam que a doença atinge de 12% a 15% da população (aproximadamente 22 milhões de pessoas). O numero aumenta para 20% no mundo todo. 

O controle do colesterol é fundamental para evitar o risco de desenvolver doenças coronárias. Elas ocorrem quando há a obstrução dos vasos sanguíneos pelo acúmulo de gordura depositado nas artérias - responsáveis por levar oxigênio ao coração através do sangue. Além do colesterol elevado, há outros fatores de risco para doenças do coração como hipertensão, diabetes, fumo e pré-disposição genética.

Os níveis de colesterol aumentam quando ingerimos gorduras saturadas (como carnes gordurosas, pele de frango, leite e derivados de leite integrais), presentes também em alguns alimentos de origem vegetal (azeite de dendê, gordura de coco), além de gorduras trans.

Colesterol ruim X bom

Enquanto o ruim se deposita nas artérias formando placas que podem endurecê-las e entupi-las, e o processo pode gerar problemas cardiovasculares, o bom contribui para a prevenção de doenças no sistema e transporta a gordura para o fígado, que é eliminada nas fazes e na bile.

A vilã é formada no processo do hidrogênio industrial, que transforma óleos em gordura sólida. "Suas principais fontes são os alimentos industrializados que utilizam gorduras vegetal hidrogenada, como sorvetes, bolachas e biscoitos recheados. Grande parte dos alimentos que utilizam gorduras  hidrogenadas reduziram a quantidade na formação e temos a opção desses mesmos produtos sem gorduras trans por porção", explica a nutricionista do HCor, Camila Gracia.

Em contrapartida, as gorduras polinsaturadas presentes em óleos como soja, girassol e peixes como a sardinha, atum e salmão não aumentam o colesterol - da mesma forma que os alimentos ricos em gorduras monoinsaturadas como azeite, abacate e frutas oleaginosas (nozes e castanhas).

Os fitoesteróis, extratos que contribuem com a redução do colesterol por diminuir sua absorção no intestino, estão presentes em pequenas quantidades em nozes, óleos vegetais, sementes, grãos, frutas e vegetais. O consumo de 1,6g a 2,9g do composto por dia pode reduzir até 10% do colesterol.

Essa recomendação significaria ingerir 340 tomates pi 168 cenouras ou 120 maçãs ou 56 fatias de pão integral. Por isso, além de incluir estes alimentos na dieta, opte por óleos, iogurtes, cremes, maioneses, etc., enriquecidos com essa substância.

"Na medida em que o colesterol se deposita nas paredes das artérias, diminui o espaço para a passagem do sangue e, com o tempo, algumas delas podem ficar totalmente obstruídas. Com isso, ocorre, por exemplo, o infarto agudo do miocárdio ou a isquemia cerebral, conhecida como derrame. Para não chegar a esse ponto, o indivíduo deve procurar a orientação médica precocemente, pois a elevação do colesterol não costuma provocar desconforto até que a situação esteja bastante grave", explica o cardiologista e supervisor do Clinic Check-up HCor, Dr. César Jardim.

Segundo o cardiologista, o ideal é começar a controlar o colesterol a partir dos 20 anos e repetir o exame a cada cinco anos se os resultados estiverem normais. 

"Quem tem parentes de primeiro grau com colesterol alto, sobretudo o pai ou a mãe, deve verificar seus níveis mais precocemente e, em algumas situações, até mesmo na infância. É fundamental fazer exercícios físicos regulares e ter uma alimentação saudável" esclarece Dr. César Jardim.

O sedentarismo também é um fator que favorece a elevação do colesterol LDL, o ruim. E ele não está atrelado apenas a pessoas obesas, magros sedentários costuma ter colesterol mais elevado do que os mais gordinhos ativos.

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