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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

MÃOS


Que pegam, largam, matam e também salvam.
Que batem, acariciam, enchem e também esvaziam.
Que libertam, escravizam, deturpam e também amenizam.
Que desfalecem, encorajam, atraem e também afastam.
Doentes, sãs.
Construtivas, vãs.
Que cativam, inimizam, são mudas e também suplicam.
Que nada representam, que tudo transmitem.
Que nada falam e ao mesmo tempo dizem.
Que expressam desejo, afeição.
Que desunem e também reúnem irmãos.
Que somam, diminuem, misturam e também diluem.
Que estacionam, que evoluem.
Que tudo aprimoram e também concluem.
Que iluminam, que escurecem.
Que nos atrai e também repelem.
Que curam a dor, que alimentam a enfermidade.
Que vivem o presente, que sentem saudades.
Que batem palmas pra mentira, que aplaudem a verdade.
Utilizadas para o bem, utilizadas pra maldade.
Que separam, conferem e também recebem.
Que tudo dão e nada querem.
Que se isolam, que se competem,
Que tudo transformam e também convertem.
Que transbordam, que escassam,
Que tudo pegam e ao mesmo tempo largam.
Que repelem, apalpam, acariciam e também maltratam.
Que nos dizem sim, que nos dizem não.
Que inimizam, que unem irmãos.
Que rezam, que oram.
Que felicitam, que choram.
Que emudecem, que imploram.
Que escravizam, que libertam e consolam.
Que tudo criam, que só destroem.
De todos nós, carrascos ou heróis.

Donizete Alves

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