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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Michel Temer abre “intimidade” em livro de poesias

Marco Prates, na Exame

Vice-presidente da República – que, como outros políticos famosos, sempre sonhou em ser escritor – dá vazão à veia poética no livro “Anônima Intimidade”.

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Vice-presidente, Michel Temer: gente como o ex-presidente do STF, Carlos Ayres Britto, e Carlos Nejar, da ABL, se desmancharam em elogios ao novo poeta

Desde a redemocratização, o Brasil já teve um presidente escritor (José Sarney, membro da Academia Brasileira de Letras). Agora, ganha um vice-presidente poeta, com o lançamento do livro “Anônima Intimidade”, de Michel Temer, em São Paulo.

A obra, embora passe longe do dia-a-dia de Brasília, não está de toda dissociada da atividade política do peemedebista, que por três vezes comandou a Câmara dos Deputados: foi escrita, segundo Temer, nas idas e vindas de avião entre São Paulo, lar e reduto eleitoral, e a capital federal, onde cumpre expediente.

O vice-presidente afirma que os versos eram imortalizados em guardanapos, preenchidos para deixar a “arena árida da política legislativa”. Não é o primeiro livro do também jurista. Seus escritos sobre direito constitucional venderam centenas de milhares de cópias.

Agora, porém, Temer vai se expor a críticas com sua nova arte.

Confira abaixo uma amostra de 5 poemas que revelam se o Brasil está bem ou mal servido em relação às poesias vindas do Palácio do Planalto.

Cabe ao leitor verificar se há entrelinhas políticas no material escrito por quem respirou o ambiente do Congresso Nacional há décadas e agora está no Executivo.

Saber
Eu não sabia
Eu Juro que não sabia!

Passou
Quando parei
Para pensar
Todos os pensamentos
Já haviam acontecido

Exposição
Escrever é expor-se.
Revelar sua capacidade
Ou incapacidade.
E sua intimidade.
Nas linhas e entrelinhas.
Não teria sido mais útil silenciar?
Deixar que saibam-te pelo que parece que és?
Que desejo é este que te leva a desnudar-te?
A desmascarar-te?
Que compulsão é esta?
O que buscas?
Será a incapacidade de fazer coisas úteis?
Mais objetivas?
É por isso que procuras o subjetivo?
Para quem a tua mensagem?
Para ti?
Para outrem?
Não sei.
Mais uma que faço sem saber por quê.

Assintonia
Falta-me tristeza.
Instrumento mobilizador
Dos meus escritos.
Não há tragédia
À vista.
Nem lembranças
De tragédias passadas.
Nem dores no presente.
Lamentavelmente
Tudo anda bem.
Por isso
Andam mal
Os meus escritos.

Embarque
Embarquei na tua nau
Sem rumo. Eu e tu.
Tu, porque não sabias
Para onde querias ir.
Eu, porque já tomei muitos rumos
Sem chegar a lugar nenhum.

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dica da Luciana Leitão

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