Vice-presidente da República – que, como
outros políticos famosos, sempre sonhou em ser escritor – dá vazão à veia
poética no livro “Anônima Intimidade”.
Vice-presidente, Michel Temer: gente como o
ex-presidente do STF, Carlos Ayres Britto, e Carlos Nejar, da ABL, se
desmancharam em elogios ao novo poeta
Desde a redemocratização, o Brasil já teve
um presidente escritor (José Sarney, membro da Academia Brasileira
de Letras). Agora, ganha um vice-presidente poeta, com o lançamento do livro
“Anônima Intimidade”, de Michel Temer, em São Paulo.
A obra, embora passe longe do dia-a-dia de Brasília, não está de toda dissociada da atividade política do peemedebista, que por três vezes comandou a Câmara dos
Deputados: foi escrita, segundo Temer, nas idas e vindas de avião entre São
Paulo, lar e reduto eleitoral, e a capital federal, onde cumpre expediente.
O vice-presidente afirma que os versos eram
imortalizados em guardanapos, preenchidos para deixar a “arena árida da
política legislativa”. Não é o primeiro livro do também jurista. Seus escritos sobre direito
constitucional venderam centenas de milhares de cópias.
Agora, porém, Temer vai se expor a críticas
com sua nova arte.
Confira abaixo uma amostra de 5 poemas que
revelam se o Brasil está bem ou mal servido em relação
às poesias vindas do Palácio do Planalto.
Cabe ao leitor verificar se há entrelinhas
políticas no material escrito por quem respirou o ambiente do Congresso
Nacional há décadas e agora está no Executivo.
Saber
Eu não sabia
Eu Juro que não sabia!
Eu Juro que não sabia!
Passou
Quando parei
Para pensar
Todos os pensamentos
Já haviam acontecido
Para pensar
Todos os pensamentos
Já haviam acontecido
Exposição
Escrever é expor-se.
Revelar sua capacidade
Ou incapacidade.
E sua intimidade.
Nas linhas e entrelinhas.
Não teria sido mais útil silenciar?
Deixar que saibam-te pelo que parece que és?
Que desejo é este que te leva a desnudar-te?
A desmascarar-te?
Que compulsão é esta?
O que buscas?
Será a incapacidade de fazer coisas úteis?
Mais objetivas?
É por isso que procuras o subjetivo?
Para quem a tua mensagem?
Para ti?
Para outrem?
Não sei.
Mais uma que faço sem saber por quê.
Revelar sua capacidade
Ou incapacidade.
E sua intimidade.
Nas linhas e entrelinhas.
Não teria sido mais útil silenciar?
Deixar que saibam-te pelo que parece que és?
Que desejo é este que te leva a desnudar-te?
A desmascarar-te?
Que compulsão é esta?
O que buscas?
Será a incapacidade de fazer coisas úteis?
Mais objetivas?
É por isso que procuras o subjetivo?
Para quem a tua mensagem?
Para ti?
Para outrem?
Não sei.
Mais uma que faço sem saber por quê.
Assintonia
Falta-me tristeza.
Instrumento mobilizador
Dos meus escritos.
Não há tragédia
À vista.
Nem lembranças
De tragédias passadas.
Nem dores no presente.
Lamentavelmente
Tudo anda bem.
Por isso
Andam mal
Os meus escritos.
Falta-me tristeza.
Instrumento mobilizador
Dos meus escritos.
Não há tragédia
À vista.
Nem lembranças
De tragédias passadas.
Nem dores no presente.
Lamentavelmente
Tudo anda bem.
Por isso
Andam mal
Os meus escritos.
Embarque
Embarquei na tua nau
Sem rumo. Eu e tu.
Tu, porque não sabias
Para onde querias ir.
Eu, porque já tomei muitos rumos
Sem chegar a lugar nenhum.
Embarquei na tua nau
Sem rumo. Eu e tu.
Tu, porque não sabias
Para onde querias ir.
Eu, porque já tomei muitos rumos
Sem chegar a lugar nenhum.
dica da Luciana Leitão
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