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domingo, 10 de fevereiro de 2013

REGREDIR

Não é só a falta de convivência e o isolamento
Que nos enlouquece e deprime.
Mas, principalmente,
O evento que nos impede de estar onde deveríamos.
Não é só o omitir, o calar.
Mas, também, o que deixamos de dizer e expressar.
Não é só o consumismo momentâneo que nos escassa.
Mas, principalmente,
Aquela falta de gosto e sabor que nos maltrata.
Não é só nos deixarmos levar pelas insignificâncias
Que nos esmorecem.
Mas, também, pelo incolor que entristece.

Não é só o avanço banal que aprimoramos.
Mas, também, o desleal que nos falsifica.
Não é só nos tornarmos paraplégicos do seguir,
Do vir ou do continuar.
Mas, também, do deixarmos de ir e participar.
Não é só nos deixarmos levar pelas obscuridades
Que pomos a vida.
Mas, também,
Por toda e qualquer inutilidade que nos desvaloriza.
Não é só nos deixarmos levar
Pelas enfermidades que nos desfalecem.
Mas, também, pela dor interior que envelhece.

Não é só o negativismo ou qualquer insatisfação pessoal.
Mas todo e qualquer mal.
Não é só os tombos e tropeços que damos ao andar.
Mas, também,
Os compromissos que nos impede de continuar e amar.
Não é só o desespero ou o medo que marginaliza.
Mas, principalmente, o desamor e o abandono que intimida.
É, também,
O deturpou e a não alegria que nos contamina e entristece.
Consumindo nossos sonhos e a felicidade que enobrece.

Não é só viver decepções.
Mas, também,
Os puxões e desilusões que nos retraem e desesperam.
Não é só estar incapacitado de realizar.
Mas, também,
Não existir motivo algum pra seguir ou sonhar.
É, também, consumirmo-nos do consumo que estaciona
Ficando na lama.
Não é só voltar, retornar ou deixar de ir.
É, também, a falta de carinho,
Afeto e amor que nos incentiva a fugir.

É deixar de seguir, de vir e até, mesmo, de esperar.
Aprisionando-nos para sempre
Em nosso próprio continuísmo, em nosso próprio lugar.
Não é só toda e qualquer ilusão que nos atrai.
Mas, principalmente,
Todo e qualquer mal ou decepção que nos recai.
Não é só estarmos incapacitados para agir.

Mas, principalmente,
O ódio e o desamor que nos obrigar a rugir.
Não é só nos deixarmos levar pelos temores que intimidam.
Mas, principalmente,
Pelos atos que nos desvirtuam de nossos objetivos.
É, também, deixar de viver,
De sentir e se petrificar contagiando.
É não continuar sonhando, amando.

Regredir:
É tudo isso e muito mais...
É tudo aquilo que nos desfalece sem podermos evitar.
É, principalmente,
O desvairismo envelhecido que nos torna idosos.
E nos anula mesmo antes de começar, dissipando-nos.

Donizete Alves

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