É aquele que já a passos anda, mesmo antes de caminhar.
Que a toda obra dá o real sentido, acabando antes de começar.
Que sabe ser feliz, mesmo fechado entre palhaços.
Que permanece passivo diante da pressa.
Dom onde renasce todo saber que começa.
Que mesmo sem se expressar e sem palavras, compreende a farsa.
Que permanece colorido diante do incolor.
Farto e abundante de belezas, mesmo diante de toda escassez e horror.
É aquele que incansavelmente transmite paz e solidariedade ao invés de desamor.
Que consegue ser compreensivo, diante da ingratidão e da ignorância.
Combatendo com a não violência toda e qualquer sentença ou matança.
Que sabe ser forte diante dos fracos e desvairados,
Eliminando defeitos permanecendo no anonimato.
Que acima de tudo, consegue ser compreensivo consigo mesmo,
Quando tem que se ferir ou criticar.
É aquele que já possui em si:
O dom de comunicar-se consigo mesmo e com os outros
Em silêncio.
Donizete Alves
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