Cansado:
De ver tanta miséria, tanta desgraça,
De ver tantos órfãos na praça.
De ver tanta morte, tanta violência,
De ver esmagada e prejudicada a inocência.
De ver tanta sentença, tanta dependência,
De ver tantos, sem crenças.
De ver pai estuprar filha, matar filho.
É irmão contra irmão,
E quem evita a confusão?
É filho desconhecendo mãe, renegando pai.
E você diz: “Só isso, nada mais?”.
Cansado:
Diante do acaso, do descaso,
Do que está ficando escasso,
De me fazerem palhaço,
De me tornarem também escravo.
Donizete Alves
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