O uruguaio Eduardo Galeano apresentou em Montevidéu seu novo livro, ‘Los
Hijos de los Días’ (‘Os Filhos dos Dias’, em tradução) com uma leitura de
trechos da obra com referências a vários países da América Latina e aos
desaparecidos políticos, além de críticas à igreja e ao FMI.
O 16° livro do autor de ‘As Veias Abertas da América Latina’ é um
compêndio de 365 contos curtos, alguns de apenas cinco linhas, um por cada dia
do ano, com referências a fatos relevantes, ou nem tanto, da história.
“De cada dia nasce uma história porque somos feitos de átomos, somos
feitos de histórias”, disse Galeano.
A nova Constituição da Bolívia, que “mudou a condição dos índios de mão
de obra a filhos da pátria”, ou a do Equador, “que reconhece a natureza como
sujeito de direito”, foram reconhecidas na obra e na leitura que Galeano
realizou no Teatro Solís, o mais importante do Uruguai.
O cantor argentino Juan Carlos Dávalos, o chefe inca Atahualpa,
a história dos Maias, o descobrimento da América, Che
Guevara, Emiliano Zapata e Augusto Sandino são outros dos
presentes no novo livro e que foram lembrados na apresentação de Galeano.
Também não faltaram críticas à Igreja e ao papa Bento 16, ao general Francisco
Franco, ao Fundo Monetário Internacional, às companhias petrolíferas e aos
bancos internacionais.
“Ninguém escreveu tanto sobre o dinheiro, tendo tão pouco dinheiro”,
escreveu Galeano em referência a Karl Marx. Sobre John D. Rockefeller,
“rei do petróleo”, escreveu que ele “viveu quase um século mas em sua autópsia
não foi encontrado nenhum escrúpulo”.
Outros temas como meio ambiente, crise econômica internacional,
banqueiros, pobreza e os desaparecidos na América Latina foram outras das
inspirações para os 365 contos do livro.
Com informações da Folha de S. Paulo
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