Você com certeza já ouviu a previsão de que
o mundo vai acabar no dia 21/12/2012. Pode até ter ficado com aquela dúvida:
será que vale a pena eu ir para o trabalho, cumprir minhas obrigações e me
esforçar para ter um futuro melhor? Ou será que eu caio na gandaia, afinal de
contas o que nos resta é curtir nosso último ano na face da Terra? Bom, 2012
começou e as pessoas parecem estar tocando a vida normalmente. Deve ser porque
pouca gente levou a profecia a sério. A GALILEU explica o porquê.
Essa previsão surgiu por causa de um
calendário usado pelos Maias no auge de sua civilização. Acontece que ele se
encerra justamente no dia 21 de dezembro deste ano, gerando especulações de que
eles já teriam previsto o fim do mundo. A ideia do apocalipse em 2012 fez
sucesso, gerou filmes, livros, palestras e programas de TV. Essa popularidade é
o ponto culminante de um processo que começou há quase 25 anos, quando o
artista e escritor americano José Argüelles publicou o livro "O Fator
Maia". Nele, Argüelles misturava seus estudos sobre o fim do calendário
maia com suas próprias idéias, ligadas à astrologia e ao New Age. Ele concluiu
que 2012 marcaria o fim do ciclo do Homo sapiens e o início de uma época
ecologicamente mais harmoniosa, que acabaria com os males do mundo moderno,
como guerras, materialismo, violência, injustiça e opressão.
Argüelles conclamou os leitores a se
reunirem em várias partes do mundo nos dias 16 e 17 de agosto de 1987 para
meditar e rezar, dando um pontapé inicial para o grande dia que ainda estava 25
anos no futuro. Esse evento, batizado de Convergência Harmônica, atraiu grande
atenção da mídia americana e ganhou o apoio de celebridades como a atriz
Shirley McLaine. A partir do evento, 2012 se tornou uma data conhecida, e uma
das favoritas dos profetas do fim do mundo.
No entanto, o calendário usado para fazer a previsão é apenas um entre os vários que os maias usavam. Assim como os nossos meses, anos e séculos, ele se estrutura em unidades de tempo. Cada 20 dias formam um uinal. Cada 18 uinals, 1 tun, e cada 20 tuns faziam um katun. Enquanto o nosso sistema de contagem de séculos não leva a um fim, o calendário maia dura cerca de 5.200 anos e se encerra na data 13.0.0.0.0, que para muitos estudiosos corresponde ao nosso 21/12/2012.
No entanto, o calendário usado para fazer a previsão é apenas um entre os vários que os maias usavam. Assim como os nossos meses, anos e séculos, ele se estrutura em unidades de tempo. Cada 20 dias formam um uinal. Cada 18 uinals, 1 tun, e cada 20 tuns faziam um katun. Enquanto o nosso sistema de contagem de séculos não leva a um fim, o calendário maia dura cerca de 5.200 anos e se encerra na data 13.0.0.0.0, que para muitos estudiosos corresponde ao nosso 21/12/2012.
Isso não significa que eles esperassem pelo
fim do mundo naquele dia. Na verdade, eles não pensavam no tempo de modo
linear, e sim de modo mais cíclico. Há textos míticos maias que falam em eras
anteriores à atual, e nada indica que esta seria a última. A maioria dos
estudiosos acredita que, após chegar à data final, o calendário simplesmente se
reiniciaria, assim como o nosso passa do 31 de dezembro para 1 de janeiro.
Entre os milhares de textos maias
conhecidos, há apenas um que faz menção à data. Uma inscrição encontrada na
ruína de Tortuguero (Costa Rica) diz que nela virá à Terra Bolon Yokte K'u,
deus associado à guerra e à criação. Mesmo assim, a profecia não parece ser
levada muito a sério nem entre os descendentes dos Maias. No período colonial e
depois houve rebeliões populares inspiradas pelas profecias ancestrais. Mas
basta dar um pulo à América Central para ver que os maias de hoje estão cheios
de projetos e nem um pouco preocupados com 2012.
E tem mais
Mas nem só de maias vive o apocalipse. De lá
para cá, só fez crescer o número de pessoas que têm desenvolvido suas próprias
especulações sobre o que vai acontecer na data tão esperada. E para isso vale
recorrer a todas as ferramentas. Um belga utilizou a matemática e a mitologia
para fazer uma análise comparativa das civilizações maia e egípcia, concluindo
que as duas são originárias de Atlântida e que o fim do mundo será causado por
uma mudança no campo magnético da Terra. Outro americano usou drogas
psicodélicas e um computador para analisar o I Ching e concluiu que o livro é
um calendário de eventos que prevê o fim da história humana em novembro de
2012. Um matemático, também usando um software, encontrou uma profecia
codificada no Antigo Testamento falando de um asteróide que atingiria a Terra.
Um jornalista preferiu compilar os dados sobre vulcanismo, terremotos, queda de
asteróides, radiação vinda do espaço etc. e concluiu que todos esses eventos
devastadores têm forte possibilidade de acontecer em um futuro muito próximo.
Um ufólogo calculou a distância entre a
linha do Equador e a cidade americana de Roswell, onde um disco voador teria
caído. Encontrou o valor de 2.012 milhas - sinal, acredita, de que a queda do
óvni foi uma mensagem cifrada sobre a data em que os ETs irão se revelar.
Aliás, os apaixonados por óvnis talvez sejam o grupo que tenha mais esperanças
positivas para 2012. Eis um exemplo típico de profecia ufológica, colhida entre
as centenas de sites que debatem o tema: "Crescem os rumores de que
civilizações extraterrestres estão preparando um evento espetacular em 2012.
Ninguém sabe ao certo o que os maias realmente esperavam para o iminente
cataclisma. Mas agora muitos centros de pesquisa crêem que a Terra passará por
um grande perigo em 2012 e depois. No momento certo, avançadas civilizações
extraterrestres resgatarão a civilização humana. De acordo com pesquisadores, a
Federação do Universo, representando todas as 88 constelações, virá
oficialmente visitar a Terra. Isso irá por um fim à ocultação de óvnis em todos
os continentes".
Outra teoria diz respeito ao planeta Nibiru,
que iria colidir com a Terra no final deste ano. Ela tem início nas ideias do
israelense Zecharia Sitchin sobre a origem da Terra, inspiradas, segundo ele,
na decifração de antigos textos babilônicos. De acordo com Sitchin, há em nosso
sistema solar um objeto que a ciência moderna desconhece e que os antigos
chamavam de Nibiru. Esse objeto, que pode ser um planeta ou uma pequena
estrela, passaria próximo ao Sol a cada 3.600 anos. Sitchin afirma que, em uma
dessas passagens, uma colisão entre um de seus satélites e um planetóide que
existia entre Marte e Júpiter teria dado origem à Terra.
Outros autores passaram a usar as idéias de
Sitchin nos anos 1990. Eles dizem que Nibiru vai passar por perto de nosso
planeta em 2012, e a atração gravitacional entre os dois resultará em dilúvios
e terremotos. Segundo os astrônomos, a possibilidade de uma outra estrela no
sistema solar está descartada, pois isso alteraria toda a dinâmica da rotação
dos planetas. Quanto a planetas desconhecidos, eles podem até existir, mas não
dividiriam a mesma órbita - isso só acontece com cometas e asteróides.
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