sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
“Qualquer tolo pode
criticar, condenar e reclamar – e a maior parte dos tolos faz isso.”
Dale Carnegie
“Quando nós, como
indivíduos, obedecemos às leis que nos levam a trabalhar pelo bem da comunidade
como um todo, estamos ajudando indiretamente a busca pela felicidade de cada um
de nossos irmãos seres humanos.”
Aristóteles
“A honestidade é a melhor
política na área das relações internacionais, das relações interpessoais, no
trabalho, negócios, educação, família e controle do crime, porque a verdade é a
única coisa que funciona e a única base sobre a qual podemos construir
relacionamentos duradouros.”
Ramsey Clark
“A honestidade é o elemento
mais básico na personalidade das pessoas que têm um genuíno respeito pela vida.”
Albert Schweitzer
“O que a mente de um homem
pode conceber e acreditar, ela pode realizar.”
Napoleon Hill
“Não há quase nada na Terra
que possa deter uma pessoa animada por uma atitude positiva e com uma meta bem
clara em vista. “
Denis Waitley
“A melhor recompensa que a
vida oferece é a oportunidade de trabalhar duro em algo que vala a pena.”
Theodore Roosevelt
“Não há valor sem dor.”
Benjamin Franklin
“O sucesso é a soma de
pequenos esforços repetidos por dias e dias a fio.”
Robert Collier
“Para ter sucesso
verdadeiro, faça quatro perguntas para si mesmo:
Por quê? Por que não? Por
que não eu? Por que não agora?”
James Allen
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Para refletir...
O rio passa ao lado de uma árvore,
cumprimenta-a, alimenta-a, dá-lhe água... e vai em frente, dançando. Ele não se
prende à árvore. A árvore deixa cair suas flores sobre o rio em profunda
gratidão, e o rio segue em frente. O vento chega, dança ao redor da árvore e
segue em frente. E a árvore empresta o seu perfume ao vento... Se a humanidade
crescesse,amadurecesse, essa seria a maneira de amar.
Osho
Autor de "O caçador de pipas" tem novo livro confirmado no Brasil
Segundo a *Folha de São Paulo*, a *Globo
Livros* comprou os direitos de publicação de *And The Mountains Echoed*, novo
livro de* Khaled Hosseini*, com previsão de lançamento. A editora também está
relançando o best-seller *O Caçador de Pipas*, que foi lançado anteriormente no
Brasil através da Ediouro. Ainda sem capa, *And the Mountains Echoed* será
publicado nos Estados Unidos em* 21 de maio*, um novo romance sobre quem
amamos, como cuidamos um do outros e as escolhas que fazemos que transcendem
gerações.
Fonte: Livros e citações
Fonte: Livros e citações
Paulo Coelho: “Mais responsabilidade e menos trolagem”
O escritor Paulo Coelho na Dinamarca, em
2007. Ele diz que, depois do susto que o coração lhe deu em 2011, quer ficar
mais tempo na sua casa em Genebra, na Suíça (Foto: Joachim Ladefoged/VII/Corbis)
Publicado na Época
Em 2011, o escritor Paulo Coelho sofreu uma
obstrução nas artérias do coração que o lançou ao limite entre a vida e a morte
e o estimulou a repensar toda sua carreira de autor de sucessos. “Os momentos
difíceis nos ensinam a viver melhor”, disse a ÉPOCA de sua casa em Genebra,
na Suíça. Hoje, aos 64 anos, menos viajante e mais preocupado com a
qualidade de vida, ele encontra tempo para meditar, planejar um romance a ser
lançado em 2013 e fazer previsões. Nesta entrevista, discorre sobre o futuro
do Brasil e do mundo. Segundo ele, a palavra de ordem para
os meses que virão é “responsabilidade”.
1. ÉPOCA – Que sentimento o senhor recomenda
à humanidade para os próximos meses?
Paulo Coelho – O sentimento da responsabilidade. A humanidade terá de ser mais responsável e menos destrutiva. A comunidade social permite que qualquer pessoa tenha uma voz que será ouvida. É preciso aproveitar isso para se fazer ouvir. É o contrário do que acontece hoje, nas caixas de comentários de notícias. Em vez de se dar conta de que são responsáveis pelo que dizem, elas se dedicam a criticar qualquer coisa e pessoa de forma violenta e indiscriminada. É o que se chama de “trolar” no jargão da internet. Faça com que sua voz seja ouvida com responsabilidade, e não como uma brincadeira. Mais responsabilidade e menos “trolagem”!
2. ÉPOCA – Que lugar inspirador ou para
peregrinar o senhor recomenda para 2013?
Coelho – Peregrine por seu coração. Ele é inspirador. As pessoas estão frequentando muito a lógica e deixando de lado o sentimento. O coração tem uma caixa de ferramentas de que você precisará em 2013. Ali, você encontra a intuição e a capacidade de reagir rápido sem pensar muito. Com isso, não quero ser irracional. Refiro-me ao coração como metáfora, não como órgão. A linguagem do coração será cada vez mais importante. Usando seu coração, você volta ao estado de criança. Sem a ingenuidade da criança. Isso lhe dará condições de ser criativo para os desafios do ano. Fará você se adaptar às crises do mundo, como lidar com as novas linguagens. O coração pode não ser pragmático, mas é sábio. Procure conhecer o interior de sua alma. E assim estará no meio da tempestade, com raios e trovões a sua volta, e se sentirá bem. Você é um desconhecido, e seu potencial é maior do que você sabe. Passeando pela alma, você ficará feliz com o que encontrará. As pessoas temem a confrontação. No outono, as folhas brincam entre si que não querem cair, mas não adianta: elas cairão. A paz é uma utopia se associada à ideia de ausência de conflito. Aceite os conflitos, dê boas-vindas a eles e toque para a frente, porque isso é parte da condição humana.
3. ÉPOCA – Quais serão os maiores obstáculos
para o crescimento pessoal humano em 2013?
Coelho – A zona de conforto será o pior obstáculo. Você cria essa zona achando que tem controle sobre tudo. Ora, isso é uma ilusão completa. No momento em que você acha que está tudo bem à sua volta, aí é que reside o perigo. Estou aqui parado, mas não me sinto tranquilo. Persigo a atividade, evitando a crença no controle. Aprendi isso em duas situações. A primeira foi em 1974, quando me achava o rei do mundo, porque tinha acabado de lançar a canção “Gita”, com Raul Seixas. Foi quando fui preso, desapareci – e aí meu mundo caiu. A segunda foi em 1979. Era um executivo de gravadora, achava que sabia aonde queria chegar. Troquei a Polygram pela CBS e aí fui mandado embora. Não consegui mais arranjar emprego. Foi uma bênção. Mas na hora você sofre. Você não tem controle sobre nada.
4. ÉPOCA – Que poder espiritual ou
habilidade o senhor pretende desenvolver no ano que vem?
Coelho – Quero fazer algo de que não tenho certeza se conseguirei: aprender árabe e hebraico. Acredito que, no caso de línguas em conflito, como essas duas, quem sabe as palavras “não estão sendo mal traduzidas”? Quando Lutero traduziu a Bíblia e ela se tornou a base do idioma alemão, demonstrou que as palavras do latim eram imprecisas. A língua necessita de uma precisão. Se você entende os idiomas, passa a entender melhor as pessoas que falam aquelas línguas. Eu gostaria de manter um diálogo entre essas duas línguas distintas. São línguas místicas. O hebraico com o misticismo da cabala e o árabe com a poesia do Corão. Quem sabe não consigo aproximar esses dois universos?
5. ÉPOCA – O ano de 2012 foi marcado pela
ascensão da literatura erótica para mulheres. O senhor acha que a tendência
continuará? Quais as consequências desse tipo de literatura para as mulheres?
Coelho – Vejo como uma coisa positiva. Se gente como a Erika (Leonard James, autora da trilogia erótica Cinquenta tons de cinza) vende tantos livros, é porque tocou numa veia sensível que estava oculta. Esse tipo de literatura é liberadora. A relação das pessoas em relação ao sexo é ainda travada. Minha geração experimentou o sexo como livre. Depois, houve um retrocesso tremendo. É hora de as pessoas repensarem a sexualidade.
6. ÉPOCA – A literatura continuará a
contribuir para o aperfeiçoamento das pessoas ou perderá terreno para a
tecnologia?
Coelho – A literatura viverá uma
transformação radical, por causa das pessoas. A primeira delas é a linguagem.
Não há mais espaço para escrever a seus pares. Isso é perder a relevância. A
literatura é beneficiada pela busca da simplicidade. O blogueiro se educa em
concentrar-se na essência do que escreverá. É essa a transformação na
literatura. Ela se tornará importante, mas não será como a conhecemos hoje.
Literatura precisa de estilo, de conteúdo e de uma plataforma. A literatura
está mudando nos três níveis. Como escritor, tenho de me adaptar à nova
linguagem. Minha literatura sempre seguiu o princípio da objetividade que evita
a superficialidade, sem perder a poesia. Escrever pelas redes sociais é fazer
literatura. Hoje em dia, a literatura, como tudo, está migrando para a tela dos
celulares. A literatura será lida pelo telefone.
7. ÉPOCA – O torcedor brasileiro tem pela
frente dois eventos internacionais sediados no país: a Copa das Confederações
em 2013 e a Copa do Mundo em 2014. Vamos vencer?
Coelho – Minha esperança é que o Brasil dê o show que ele dará. Não tenho dúvida de que venceremos. A Olimpíada de Londres foi criticada, mas foi responsável pela recuperação do país. Espero que aprendamos com os erros alheios.
Coelho – Minha esperança é que o Brasil dê o show que ele dará. Não tenho dúvida de que venceremos. A Olimpíada de Londres foi criticada, mas foi responsável pela recuperação do país. Espero que aprendamos com os erros alheios.
8. ÉPOCA – Os brasileiros estão ficando mais
ricos. A riqueza nos trará felicidade?
Coelho – O Brasil se livrou do complexo de vira-lata. Demos um passo gigantesco. Antes, o brasileiro batia no peito e dizia que tinha orgulho, mas, no fundo, admirava outras culturas. Agora ele é brasileiro, está contente de ser brasileiro, porque sua voz é ouvida. O brasileiro está conquistando a vida plena. Demorou!
9. ÉPOCA – Ficaremos mais sábios ou mais
superficiais?
Coelho – Não sei. Se escolhermos combinar os lados masculino com feminino, a intuição e a força, ficaremos mais sábios. Mas é impossível saber ao certo. Estamos sendo arrastados ao mar da banalidade. Quando você sofre o excesso de informação, a tendência é voltar à simplicidade. Bater papo no bar ou na praça foi a origem da filosofia na ágora de Atenas. A saturação faz com que a gente queira voltar ao simples. E a tecnologia colabora nessa volta. Por mais que pareça uma contradição, a tecnologia nos ajuda a voltar aos fundamentos, à escolha das fontes de informação. Se, antes, sentíamos o fascínio pela internet, agora vivemos um momento de seleção e concentração da informação. Indo mais fundo, você acaba simplificando. E a simplicidade nos deixará mais sábios.
10. ÉPOCA – De onde virão os ventos da
mudança política e cultural para o mundo, se é que haverá mudanças?
Coelho – A tecnologia está mudando tudo. As pessoas estão passivas ou ativas de uma maneira errada. Fazem “trolagem”, porque acham que estão colaborando, mas não estão fazendo nada.
11. ÉPOCA – O senhor vê um mundo unido por
uma ideologia, como dizia John Lennon na canção “Imagine”?
Coelho – Não. É o oposto de John Lennon. Acredito num mundo em que as diferenças serão respeitadas. Estamos caminhando para um mundo de minorias. A globalização econômica dissolveu as fronteiras. Isso nos leva a voltar à condição tribal, tendo a tecnologia como ajuda. As minorias terão de ser respeitadas.
12. ÉPOCA – Devemos temer a intolerância
religiosa?
Coelho – O grande problema deste milênio é que ele aponta para a intolerância religiosa. As pessoas, por ausência de fé, precisam provar a elas próprias que têm fé. As agendas políticas são determinadas pelas agendas religiosas.
13. ÉPOCA – A que pergunta o senhor gostaria
de responder, caso um repórter do futuro aparecesse na sua frente?
Coelho – Gostaria de responder a uma só pergunta: “Você viveu com dignidade?”. Esperaria responder ao repórter com um sonoro “sim!”.
Ao contrário da não ficção, romances e contos brasileiros não emplacam boas vendas
Marco Rodrigo Almeida, na Folha de S. Paulo
Basta uma rápida olhada nas listas de livros
mais vendidos para notar dois cenários bem distintos no mercado editorial
brasileiro.
A categoria de não ficção é dominada por
livros nacionais, quase sempre ocupando os primeiros lugares.
Já entre os títulos de ficção, encontrar um
autor brasileiro é como achar uma agulha em um palheiro.
O site “PublishNews”, que monitora as vendas
de 25% a 35% das livrarias do país, publicou um balanço de 2012 que ilustra bem
a questão.
Entre os 20 livros de não ficção de maior
sucesso no ano, há 14 títulos brasileiros (veja ao lado). Biografias do bispo Edir
Macedo e do empresário Eike Batista e o manual de etiqueta da colunista da
Folha Danuza Leão são os maiores sucessos da categoria.
Na seara da ficção, há apenas dois autores
brasileiros entre os 20: Jô Soares e Luis Fernando Verissimo, ambos no fim da
lista.
O livro de Jô, “As Esganadas”, ocupa o 17º
lugar no grupo liderado pela trilogia britânica “Cinquenta Tons de Cinza”. É o
melhor desempenho de uma ficção brasileira em 2012, embora tenha sido lançado
em outubro de 2011.
A aferição feita pelo “PublishNews” é
considerada hoje pelas editoras a mais confiável do país. Ainda assim, não há
números exatos de exemplares vendidos no Brasil. As listas de livros mais
vendidos dependem de dados de editoras e livrarias, que nem sempre divulgam
essas informações.
Escritores, autores e críticos ouvidos pela
Folha apontaram tanto questões de mercado quanto artísticas para tentar, ao
menos em parte, explicar o fenômeno.
LITERATURA POPULAR
“O mercado cresceu, mas ficou mais
concentrado. Poucos títulos vendem muito. Neste cenário, fica difícil competir
com um blockbuster internacional”, diz Otávio Marques da Costa, publisher da
Companhia das Letras.
“Enquanto isso, na não ficção”, completa,
“os títulos internacionais têm menos força. O público prefere assuntos que lhe
são próximos, sobre nossa história. É mais fácil entrar na lista.”
Para ele, falta ao Brasil a tradição de uma
literatura comercial de qualidade, que faça frente aos sucessos estrangeiros.
Cita como exemplo vitorioso o caso de “As Esganadas”, editado pela Companhia.
Sergio Machado, presidente do grupo
editorial Record, aponta o mesmo problema.
“Há pouca gente aqui se arriscando a fazer
uma ficção mais popular. Quem poderia fazer isso bem prefere ir para a TV,
escrever a novela das oito.”
Os dois maiores sucessos brasileiros do
grupo em 2012, segundo o levantamento do PublishNews, são de não ficção: “A
Queda”, de Diogo Mainardi, e “Encantadores de Vidas”, de Eduardo Moreira.
O último, conta Machado, recebeu uma verba
de marketing “agressiva”: mais de R$ 200 mil. Um livro de ficção nacional
considerado “normal” recebe cerca de R$ 2.000 de marketing.”Esse investimento é
mais raro mesmo na ficção. Não adianta fazer publicidade de um produto que não
vai despertar o interesse do público”, afirma.
Enquanto Companhia e Record dizem dividir
seus catálogos brasileiros de forma equiparada entre ficção e não ficção, a
Leya tem privilegiado este último.
“Simplesmente porque são poucos os autores
de ficção que merecem publicação”, justifica o diretor-geral da editora, Pascoal
Soto.
Ele esteve envolvido em alguns dos
principais fenômenos da não ficção dos últimos anos, como “1808″ (quando Soto
ainda atuava na Planeta) e a série “Guia Politicamente Incorreto” (já na Leya).
“Na não ficção, encontramos autores
dispostos a atender à demanda do grande público. Eles escrevem de forma
acessível. Já os romancistas escrevem para os amigos, para ganhar o Nobel de
Literatura”, alfineta Soto.
Há 121 anos nascia J.R.R. Tolkien
Biografia escrita por Marcelo Forlani no Omelete
Bloemfontein, capital do Estado Livre de
Orange, na África do Sul, mudou a história de três diferentes mundos no
dia 3 de janeiro de 1892. Nasceu ali John Ronald Reuel Tolkien, o primeiro
filho do casal de ingleses Mabel e Suffield e Arthur Tolkien. Três anos depois
do seu nascimento, Ronald, seu irmão Hilary (dois anos mais novo) e a mãe se
mudavam para a Inglaterra. Aquela era a primeira grande mudança na vida dos
dois meninos. Seu pai adoeceu e não conseguiu voltar para a sua terra natal.
Mabel morou um tempo na casa dos pais, até alugar um chalé na zona rural de
Birmingham. Ficar próximo aos avós e no meio do mato ajudou o menino a não
sentir tanta falta da figura paterna e, principalmente, lhe ensinou a
importância da natureza, sempre tão presente e viva na sua obra.
Passados quatro anos, os Tolkien saem de
Sarehole para uma casa em Moseley. Foi no renomado colégio King Edwards que
Ronald iniciou sua brilhante e longa história acadêmica. A mãe de Tolkien
morreu quando ele tinha 12 anos. O padre Francis ficou encarregado da educação
dos dois, que continuavam sua constante mudança de endereços. Quando dividia um
quarto com seu irmão, no segundo andar da pensão da Sra. Faulkner, conheceu Edith
Bratt, uma menina três anos mais velha que ele e futura mãe de seus filhos
(John, Michael, Christopher e Priscilla).
O romance dos dois é um parágrafo à parte
nesta história. Filha de mãe solteira, Edith também ficara órfã há pouco tempo
quando os dois se conheceram. Segundo consta na biografia de Tolkien, ela era
bastante bonita, baixa, esguia, de olhos cinzentos, um rosto firme e límpido e
cabelos curtos e escuros. Os dois foram proibidos de se relacionar pelo padre
Francis, que se preocupava com o rumo da vida do jovem rapaz. Ambos continuaram
se encontrando e trocando cartas até que ela foi transferida para outra cidade.
Obediente, Tolkien só voltou a procurá-la após completar 21 anos. Quando isso
aconteceu, ela estava noiva de outro, pois achava que aquele amor havia sido
esquecido. Tolkien conseguiu convencê-la de que eram feitos um para o outro e
se casaram em 22 de março de 1916.
Na época em que se dedicava exclusivamente aos estudos, Tolkien fundou com seus
amigos de colégio a T.C.B.S (Tea Club Barrovian Society). O clube do chá
(tea club) remete às tardes em que os garotos passavam na biblioteca tomando
chá enquanto estudavam para as provas finais. Depois, já de férias, eles
mudaram os encontros para a loja do Barrow, daí o nome Barrovian Society, ou
sociedade barroviana.
Com o estouro da Primeira Guerra Mundial,
Tolkien teve que se alistar para defender o exército inglês. No front ele
pegou uma doença chamada febre das trincheiras, causada pela falta de higiene,
e voltou para a Inglaterra. As baixas para o T.C.B.S. foram mais profundas do
que isso. Alguns de seus membros fundadores acabaram sucumbindo. A amizade
entre eles, porém já havia transformado suas vidas. Toda esta cumplicidade pode
ser vista na obra de Tolkien, principalmente na lealdade da Comitiva do
Anel, em O Senhor dos Anéis.
Enquanto se recuperava da doença começou a
rabiscar O Livro dos Contos Perdidos (The Book of Lost Tales), que
mais tarde virou
O Silmarillion (The Silmarillion). É neste momento que Tolkien começa a desenvolver o seu universo de orcs e elfos baseados nas lendas finlandesas que ele tanto estudou. Com o fim da Guerra, Tolkien volta a Oxford e retoma seus estudos e carreira acadêmica.
O Silmarillion (The Silmarillion). É neste momento que Tolkien começa a desenvolver o seu universo de orcs e elfos baseados nas lendas finlandesas que ele tanto estudou. Com o fim da Guerra, Tolkien volta a Oxford e retoma seus estudos e carreira acadêmica.
Com a estabilidade, o professor passou a
dedicar atenção especial à família. Enquanto corrigia um bolo de provas, uma
folha em branco foi o impulso que precisava para começar a colocar no papel as
histórias que contava para os filhos. Tudo começava com numa toca no chão
vivia um hobbit e as histórias narravam as aventuras de Bilbo
Bolseiro, um ser menor que um anão, de pés grandes e peludos, pertencente a
esta raça chamada hobbit.
A história caiu nas mãos do editor Stanley
Unwin que, depois de ver a velocidade com que seu filho de 10 anos lia a
obra, decidiu publicá-la. O Hobbit (The Hobbit – 1937) só tinha
um problema. As 310 páginas de sua versão original foram consideradas muito
poucas pelos leitores, que a esta altura já podiam ser chamados de fãs. Uma
continuação foi encomendada ao escritor, mas com toda a sua responsabilidade
(com as aulas) e detalhismo, Tolkien levou nada menos do que 12 anos para
terminar O Senhor dos Anéis (The Lord of the Rings), que foi lançado em
três volumes – os dois primeiros em 1954 e o terceiro no ano seguinte.
Em 1959, Tolkien, já famoso pela sua obra,
se aposenta como professor. As Aventuras de Tom Bombadil, Tree and
Leaf e Smith of Wootton Major foram publicados respectivamente
em 1962, 1964 e 1967. No ano de 1965, uma versão pirata de O Senhor dos
Anéis é lançada nos Estados Unidos. A obra influencia os hippies que
difundiam sua ideologia pacifista da Califórnia para o mundo. Sua esposa faleceu em 1971, aos 82 anos. Um ano depois,
ele volta para Oxford e recebe o título de Comandante da Ordem do Império
Britânico e de Doutor Honorário em Letras pela Universidade de Oxford.
Em 2 de setembro de 1973, em Bornemouth,
J.R.R. Tolkien faleceu, aos 81 anos. O mundo real em que vivemos, o mundo das
fantasias que imaginamos, e a Terra Média que, junto com ele, descobrimos.
Viúva deixa herança milionária para biblioteca e Central Park, em Nova York
Uma americana que morreu em 2011 aos 88 anos
deixou de herança US$ 20 milhões (cerca de R$ 41 milhões) para a Biblioteca
Pública de Nova York e para a instituição responsável pela manutenção do
Central Park. As informações são do jornal “New York Post“.
Mary McConnell Bailey perdeu o marido na
Segunda Guerra Mundial, em 1940, e desde então vivia sozinha. Ela não tinha
filhos e morava em um modesto apartamento no East Side, em Nova York, além de
trabalhar como voluntária em hospitais e escolas.
A doação milionária entregue recentemente às
instituições pegou os amigos da viúva de surpresa.
A biblioteca e o Central Park receberam a
herança recentemente. Cada uma das instituições recebeu um cheque de US$ 10
milhões (R$ 20 milhões).
“Você nunca iria imaginar que ela era rica”,
afirmou Lizanne Stoll, vizinha e amiga de Mary. “Ela era muito discreta em
relação a isso”.
Mary havia pedido aos amigos que não
fizessem nenhum funeral na sua morte. “Ela nem considerava isso”, disse
Lizanne.
“A encontrei várias vezes e almoçamos juntos
duas vezes, mas não consigo me lembrar de sua voz. Ela era muito delicada”,
disse o diretor da Biblioteca Central, John Bacon. “Ela era sempre prestativa e
cuidadosa, nada vaidosa. Não usava joias, nada. E sempre usando um terno, fosse
dia ou noite”, completou ele.
Mary foi criada em Massachusetts e vinha de
uma família rica. Ela se mudou para Nova York após a morte do marido, onde
trabalhou como professora. Após a morte da mãe, ela recebeu uma herança e parou
de trabalhar.
Publicado no UOL
Publicado no UOL
15 alimentos que limpam o organismo e ajudam a emagrecer
Na busca pela perda de peso, alimentos
funcionais tornam-se grandes aliados. Basta saber escolher bem o
que deve compor ou não o seu cardápio. Segundo a nutróloga Liliane
Oppermann, há uma variedade deles indicados para limpar o organismo, manter a
saúde em dia e garantir a boa forma. Se você está em dúvida sobre
quais escolher, anote uma lista de 15 alimentos que prometem nutrir e ao
mesmo tempo saciar sem excessos!
Cereais e folhas frescas
São indicados na recuperação do organismo e das medidas da cintura depois de um dia de exageros à mesa. Eles aumentam a sensação de saciedade durante a refeição e previnem problemas intestinais como a prisão de ventre, reduzem o risco de doenças cardiovasculares e diminuem das taxas de colesterol.
São indicados na recuperação do organismo e das medidas da cintura depois de um dia de exageros à mesa. Eles aumentam a sensação de saciedade durante a refeição e previnem problemas intestinais como a prisão de ventre, reduzem o risco de doenças cardiovasculares e diminuem das taxas de colesterol.
Cenoura
É rica em vitaminas que estimulam o
metabolismo. Ainda contém dois minerais: silício e potássio que atuam juntos
eliminando o excesso de líquido no organismo. É um dos melhores
antioxidantes, estimula a eliminação de resíduos, combate gases, previne
infecções do trato urinário e estimula a atividade dos rins.
Levedo de cerveja
Rico em vitaminas do complexo B e minerais
como cálcio, cobre, cromo, magnésio, potássio, selênio, silício e zinco, que
diminuem a absorção do açúcar. Também facilita a recuperação do fígado, quando
há exagero à mesa.
Farelo de aveia
Rico em betaglucanas (substâncias que
estimulam o organismo a absorver menos gordura), contém fibras que melhora o
trânsito intestinal, além de prolongar a sensação de saciedade.
Camomila e melissa
Contêm substâncias com efeito relaxante como
o flavonóide apigenina (camomila) e óleos essenciais (melissa) que aliviam o
estresse.
Melancia
Repleta de fibras e água, a fruta desincha e
limpa o organismo. Para garantir um efeito diurético mais eficiente é possível
bater a fruta com as sementes e coar o suco.
Kiwi
Rico em clorofila, a fruta garante a limpeza
do organismo. Os minerais que carrega como o cálcio, o magnésio e o potássio
diminuem o inchaço.
Mel
Rico em frutose, equilibra o pH do sangue e
os níveis de açúcar. Também ajuda a diminuir a vontade por doces, dando uma
mãozinha para manter a dieta em dia.
Abacaxi
A enzima bromelina presente na fruta
facilita a digestão dos alimentos ricos em proteína como as carnes. Suas fibras
solúveis controlam os níveis de colesterol no sangue, acelera a cicatrização
dos tecidos, é indicado para pedra nos rins, hipertensão arterial e anemias.
Para quem quer perder peso, o abacaxi é importante, pois atua eliminando a
retenção de líquidos.
Alface
Rico em clorofila e flavonóides, a
alface contribui para diminuir o excesso de líquido ajudando a desinchar.
Chá verde
Contém catequina (um fitonutriente
com forte ação antioxidante). Ajuda a acelerar o metabolismo e queimar gordura,
além de diminuir os níveis de colesterol.
Arroz integral
Contêm fitoquímicos que reduzem a absorção
da gordura pelo organismo e também é rico em fibras, que limpam o intestino.
Chia
As fibras presentes na semente são solúveis
e em contato com a água viram um gel que 'incha' o estômago e retarda a fome.
As sementes absorvem 12 vezes do seu peso em água hidratando o corpo e
protegendo a mucosa do intestino.
Cavalinha e hibisco
Facilitam a
digestão, desincham e têm efeito levemente laxante. A cavalinha repõe potássio
e silício, minerais importantes para a recuperação do organismo.
Couve
Tem alto teor de clorofila, substância que
ajuda a limpar o organismo, especialmente o intestino. Esse nutriente ainda
protege o fígado dos efeitos nocivos das bebidas alcoólicas.
Por PAULA FACIROLI
“O amor é um sentimento independente e
soberano.”
“Quem reclama, agride os outros e se ofende
com facilidade é frágil.”
“Quando estiver ansioso e irritado, ame o
silêncio.
No primeiro minuto de tensão produzimos
nossos maiores erros.
Um ser humano rico procura ouro na
sociedade,
um ser humano sábio garimpa nos solos do seu
ser.”
“O ser humano é capaz de dirigir um veículo
mil vezes mais pesado do que ele, mas não sabe controlar a ansiedade que
destrói sua paz e prazer de viver.”
“Os fracos culpam e agridem, mas os fortes
são tolerantes e amáveis.”
“Quem tem luz exterior caminha sem tropeçar,
quem tem luz interior caminha sem medo de
viver.”
“O estado normal do ser humano tem sido
estressado e ansioso, e o anormal, relaxado e tranquilo.”
“Apesar de vivermos em sociedades livres, há
mais escravos hoje do que no passado. Só que o cárcere é interior.”
“Não precisamos realizar grandes obras a fim
de mostrarmos um grande amor por Deus e pelo próximo. É a intensidade do amor
que colocamos em nossos gestos que os torna algo especial para Deus e para os
homens.”
“A maior vingança contra um inimigo é
perdoá-lo.
Ao perdoá-lo, nos livramos dele, pois ele
deixa de ser nosso inimigo.”
“Saiba que estamos só de passagem, melhore
seus relacionamentos,
aproveite as oportunidades, ouça o
coração... acredite na vida!”
“Antes de você conhecer “o amor”, é preciso
amar.
Quando se ama, se recebe mais do que a
sensação de ser amado.”
“Uma forma de libertar um pensamento
preocupante é torná-lo consciente.
Ao enxergá-lo em sua plenitude, não
acreditamos nele, não o desejamos e de bom grado o libertamos.”
“Se o objetivo é a consciência, todas as
coisas devem ser feitas com atenção.
Se o objetivo é a integridade, tudo deve ser
feito meticulosamente.
Se o objetivo é o amor, tudo deve ser feito
com cuidado, atenção e beleza.”
“Algumas coisas são simples – e aqui está
uma:
Você pode relaxar e viver a sua vida e, com
isso, terá paz.
Se tentar controlar a sua vida, optará por
viver em guerra.”
“Conhecer a inocência ou a culpa, a
felicidade ou o medo, a unidade ou a solidão, a flexibilidade ou a rigidez, a
paz ou o caos do ego?
Somente uma ideia espiritual une a mente de
modo permanente,
porque só ela está baseada numa verdade
duradoura.”
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Pesquisa facilita diagnóstico de doença neuromuscular
O
pesquisador da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) João
Aris Kouyoumdjian, em parceria com cientistas da Universidade de Uppsala, na
Suécia, vem realizando desde 2006 uma série de estudos com o objetivo de
facilitar o diagnóstico da miastenia grave, doença neuromuscular que causa
fraqueza oscilante dos músculos voluntários.
Os
resultados mais recentes serão publicados na próxima edição da
revista Muscle & Nerve, com destaque no editorial. O dados já estão
disponíveis para consulta pela internet.
A miastenia
grave é considerada uma doença autoimune, na qual o próprio organismo do
paciente produz anticorpos que atacam receptores localizados na junção
neuromuscular, prejudicando a transmissão dos impulsos nervosos para os
músculos.
Embora não
existam dados precisos no Brasil, estima-se que a incidência esteja entre 6 e
11 pessoas afetadas por milhão por ano. Dependendo da gravidade e da região
acometida, podem ocorrer queda das pálpebras, visão dupla, queda da cabeça,
fraqueza em membros superiores e inferiores e dificuldade para mastigação,
deglutição e até de respiração.
Os sintomas
podem ser sutis e muito variáveis, o que dificulta o diagnóstico,
principalmente nas formas oculares. A principal característica da doença é que
a fraqueza muscular oscila durante o dia e aumenta à medida que os pacientes se
movimentam.
Por meio de
uma técnica conhecida como eletromiografia de fibra única, portadores de
miastenia grave atendidos no Ambulatório de Doenças Neuromusculares do Hospital
de Base e voluntários saudáveis estão sendo avaliados no Laboratório de
Investigação Neuromuscular da Famerp.
Kouyoumdjian
introduziu o método no país em 2006, após aprendê-lo com seu desenvolvedor, o
neurofisiologista Erik Stålberg, durante especialização na Universidade de
Uppsala.
“O exame
consiste em introduzir um eletrodo semelhante a uma agulha de acupuntura no
músculo. À medida que o paciente faz movimentos, o aparelho registra as
contrações de uma única fibra muscular”, explicou Kouyoumdjian.
Ao comparar
os registros na tela do aparelho, acrescentou, é possível medir a variação do
tempo de contração de uma fibra muscular em relação à outra – medida denominada
jitter.
Em pessoas
saudáveis, o jitter dura entre 35 e 40 microssegundos, dependendo do músculo
analisado. Já em pacientes com doenças neuromusculares, o jitter pode atingir
valores tão elevados como 100 ou 150 microssegundos.
O
equipamento capaz de fazer essas análises, único no Brasil até então, foi
adquirido em 2009 por meio de um projeto de pesquisa apoiado pela
FAPESP.
“Trata-se de
um eletromiógrafo comum, mas com um software que permite fazer o exame de
eletromiografia de fibra única, mais sensível para diagnosticar a miastenia
grave”, disse Kouyoumdjian.
Outra
novidade, acrescentou, é que os eletrodos de registro usados na pesquisa são
todos concêntricos descartáveis, o que não ocorria anteriormente.
Publicações
de resultados
Como o
método ainda era inédito no país, o primeiro passo foi estabelecer valores de
referência para determinar o limite de normalidade para o jitter. Para isso o
pesquisador avaliou as contrações musculares de pessoas saudáveis.
“Estudamos,
até o momento, os três músculos mais usados no diagnóstico de miastenia:
antebraço (Extensor Digitorum), olhos (Orbicularis Oculi) e testa (Frontalis).
Hoje, diversos países usam nossos valores de referência. Com essa metodologia
conseguimos acertar o diagnóstico em 95% dos casos”, disse Kouyoumdjian.
A pesquisa
mais recente, que analisou as contrações do músculo Frontalis de 20
voluntários saudáveis, além da publicação na Muscle & Nerve, foi
premiada no 59º Annual Meeting da American Association of Neuromuscular and
Electrodiagnostic Medicine (AANEM), realizado em Orlando, nos Estados Unidos,
em outubro.
Outros cinco
artigos já foram publicados por Kouyoumdjian, em parceria com Stålberg, nas
revistas Muscle & Nerve, Clinical
Neurophysiology e Arquivos de Neuro-Psiquiatria . Um deles traz
dados de 20 portadores de miastenia grave atendidos no Ambulatório de Doenças
Neuromusculares do Hospital de Base da Famerp.
Saiba mais
sobre a pesquisa: http://agencia.fapesp.br/14886
Fonte:
Agência Fapesp
“Sem boas maneiras a sociedade humana torna-se intolerável
e inviável.”
George Bernard
Shaw
“As boas maneiras são mais importantes que as leis.”
Edmundo Burke
“Trata as pessoas exatamente como gostaria de ser
tratado... “
Mateus 7:12
“Não reclame daquilo que você não tem... Aproveite o que
tem.”
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“Raramente pensamos naquilo que temos, mas sempre naquilo
que nos falta.”
Arthur
Schopenhauer
“Só damos valor à água quando o posso seca”
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“O principio mais profundo da natureza humana é o desejo de
ser apreciado.”
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“Não se trata de quanto temos, mas de quanto nós
desfrutamos.”
Charles Spurgeon
“A vida é sagrada e o nosso dever é tratá-la como algo
precioso.”
Albert Schweitzer
“Acima de tudo, sê fiel a seu próprio eu,
E então, tão certo como o dia segue a noite,
Não poderás ser falso com nenhum outro homem.”
William Shakespeare
“Há só um jeito de lidar com a vida: é encontrar um sistema
de valores que não dependa das tendências da moda, valores que nunca vão mudar
e que sempre trarão bons frutos porque nos darão paz interior, saúde e
autoconfiança, mesmo em um mundo marcado pela insegurança.”
Dr. Thomas hora
Teste molecular poderá evitar cirurgia desnecessária em casos de câncer retal
O tratamento
padrão para câncer de reto atualmente envolve a chamada terapia neoadjuvante –
que consiste em aplicar quimioterapia e radioterapia para reduzir o tamanho do
tumor –, seguida por uma cirurgia invasiva que, na maioria dos casos, tem
grande impacto na qualidade de vida do doente.
Uma parcela
significativa dos pacientes responde tão bem à terapia neoadjuvante que poderia
até mesmo ser dispensada da cirurgia. Cientistas do Instituto Ludwig de
Pesquisa sobre o Câncer, do Centro de Oncologia Molecular do Hospital
Sírio-Libanês e do Instituto Angelita & Joaquim Gama trabalham no
desenvolvimento de um teste molecular com o objetivo de auxiliar os médicos a identificar
esses casos.
Os
resultados preliminares da pesquisa, que conta com apoio da FAPESP, foram
apresentados por Anamaria Aranha Camargo, diretora do Instituto Ludwig, no dia
11 de dezembro, durante o evento "Fronteras de la Ciencia - Brasil y
Espanã en los 50 años de la FAPESP".
O simpósio
integra as comemorações dos 50 anos da FAPESP e reúne, nas cidades de Salamanca
(10 a 12/12) e Madri (13 e 14/12), pesquisadores do Estado de São Paulo e de
diferentes instituições de ensino e pesquisa do país ibérico, em uma
programação intensa, diversificada e aberta ao público.
Segundo
Camargo, aproximadamente 3% dos pacientes não respondem à terapia neoadjuvante
e são submetidos desnecessariamente aos efeitos adversos da quimioterapia e da
radioterapia. No outro extremo, porém, há 30% que respondem tão bem que nem
sequer precisariam ser operados.
“Esse número
pode chegar a 60% dependendo do protocolo usado. Precisamos de ferramentas mais
eficientes para diferenciar esses casos e fazer um tratamento mais
personalizado”, disse Camargo.
Hoje, a
avaliação dos resultados da terapia neoadjuvante é feita por meio de análises
sorológicas, toque retal e exames de imagem, como ultrassom e tomografia. Mas
nenhuma dessas técnicas é suficiente para dar ao médico a certeza de que o tumor
desapareceu. Na dúvida, os cirurgiões preferem operar.
Dependendo
da área afetada, a cirurgia pode prejudicar a função sexual e causar
incontinência urinária e fecal. A boa notícia, porém, é que os avanços na área
de genômica estão permitindo a identificação de marcadores e o desenvolvimento
de testes personalizados que poderão livrar boa parte dos pacientes desse
sofrimento.
Em parceria
com os pesquisadores Angelita Habr-Gama e Rodrigo Oliva Perez, do Instituto
Angelita & Joaquim Gama, o grupo de Camargo sequenciou o genoma do tumor de
sete pacientes e identificou todos os rearranjos cromossômicos presentes em
cada caso. Em seguida, foram desenvolvidos ensaios moleculares que permitem
rastrear a presença dessas alterações cromossômicas em amostras de sangue.
“Se o exame
molecular detectar a presença do DNA alterado, é sinal de que ainda há células
tumorais produzindo e liberando esse material na corrente sanguínea. Já se o
resultado for negativo, o paciente poderá repetir o teste de tempos em tempos
para ter certeza de que não houve uma recidiva”, explicou Camargo.
Validação em
grupo diferente
O método já
foi testado em dois dos sete pacientes que tiveram o genoma sequenciado. “Como
controle positivo, escolhemos um caso em que o exame clínico havia confirmado
que o tumor continuava presente e o teste molecular, de fato, conseguiu
rastrear o DNA tumoral no sangue”, contou Camargo.
Como
controle negativo, os pesquisadores aplicaram o teste molecular em um paciente
que já havia sido operado e a biópsia não havia revelado células tumorais. O
resultado do exame molecular também foi negativo, reforçando a hipótese de que
a cirurgia foi desnecessária.
“Começamos
pelos extremos e agora vamos testar os pacientes em que haveria dúvida. Se
conseguirmos reunir evidências de que o método tem, de fato, utilidade clínica,
o próximo passo é testá-lo em uma amostra maior”, disse Camargo.
A grande
dificuldade, segundo a pesquisadora, é que nos casos de câncer retal não existe
um padrão recorrente de rearranjos cromossômicos. “Alguns pacientes podem ter
dez rearranjos e outros podem ter mais de cem. Com a tecnologia de
sequenciamento disponível hoje a um custo relativamente baixo, é possível
analisar cada um dos tumores e desenhar os ensaios moleculares de forma
individualizada”, disse.
Paralelamente,
os cientistas analisam o perfil de expressão gênica em outra amostra de 30
pacientes para tentar identificar um conjunto de genes capaz de indicar
antecipadamente a resposta ao tratamento neoadjuvante.
“Já achamos
uma assinatura gênica capaz de dividir os pacientes em dois grupos – aqueles
que respondem completamente ao tratamento e aqueles que têm resposta
incompleta. Mas, para ter certeza, precisamos fazer a validação em um grupo
diferente de voluntários”, explicou Camargo.
Segundo a
pesquisadora, a estimativa é que no início de 2013 o sequenciamento de um
genoma humano completo poderá ser feito a um custo de US$ 1 mil.
“Ainda é uma
metodologia cara e poderá levar um tempo até ser incorporada ao Sistema Único
de Saúde. Mas é um avanço importante e, como toda tecnologia nova, leva um
tempo para ser incorporada e socializada”, disse.
Fonte:
Agência Fapesp
Câncer de boca e garganta torna-se mais frequente em jovens
Até pouco tempo atrás, os tumores de boca e
de garganta eram tipicamente associados a pacientes com mais de 50 anos e
histórico de consumo pesado de álcool e tabaco. Mas, nos últimos anos, estudos
epidemiológicos têm apontado uma emergência de casos em pessoas jovens que
nunca fumaram ou beberam – a maioria deles associada à infecção pelo papiloma
vírus humano (HPV).
A mudança no perfil dos afetados por esse
tipo de câncer tem grandes implicações nos programas de prevenção, detecção
precoce e também no tratamento da doença.
O tema foi abordado pelo médico Luiz Paulo
Kowalski, diretor do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e
Otorrinolaringologia do Hospital A.C. Camargo, nesta quinta-feira (13/12),
durante o evento "Fronteras de la Ciencia - Brasil y España en los 50
años de la FAPESP".
“Levantamentos anteriores feitos no Brasil
apontavam uma prevalência de infecção pelo HPV menor que 2% nos pacientes com
câncer de cabeça e pescoço. Mas um estudo nosso publicado em 2012 mostra que em
pacientes jovens com tumores de boca a prevalência é de 32%. Isso é bem alto”,
contou Kowalski à Agência FAPESP.
Foram comparadas 47 amostras de tumores de
pacientes com menos de 40 anos e 67 amostras de pacientes com mais de 50 anos.
Entre os mais velhos, o índice de infecção pelo HPV foi de 8%. Os resultados da
pesquisa, realizada com apoio da FAPESP, foram publicados no International
Journal of Cancer.
“Nos dois grupos, o estágio da doença era
parecido, a localização do tumor era semelhante e, ainda assim, os pacientes
jovens HPV positivos tinham taxa de sobrevida melhores que os demais”, contou
Kowalski.
Esse achado reforça dados de estudos
anteriores que apontam um melhor prognóstico para pacientes HPV positivo.
“Parece ser um tumor diferente, com comportamento mais localizado e menos
agressivo. Em geral, os pacientes respondem melhor ao tratamento”, disse.
Em outra investigação em andamento, estão
sendo comparados 23 pacientes com câncer de orofaringe (amígdala) atendidos no
Hospital A.C. Camargo com 10 pacientes atendidos no Hospital do Câncer de
Barretos, no interior de São Paulo.
O objetivo é identificar marcadores de
resposta ao tratamento, mas ao fazer a avaliação da presença do HPV os
pesquisadores encontraram um dado interessante: enquanto 78% dos pacientes da
capital são positivos para a presença do vírus, todos os voluntários de
Barretos foram negativos.
“Provavelmente essa diferença se deve ao
fato de que na capital as pessoas aderiram mais às campanhas antifumo e hoje
bebem menos do que antigamente. Já no interior, os hábitos mudaram menos. Além
disso, o comportamento sexual na capital também está mais diferente e isso é um
dos fatores ao qual se atribui o aumento da ocorrência dos casos de câncer
associados ao HPV”, explicou Kowalski.
"A discrepância nos índices de infecção
pelo vírus, mais uma vez, se refletiu nos resultados terapêuticos alcançados em
cada grupo negativo, e a resposta terapêutica é muito pior”, disse.
A pesquisa está sendo realizada no âmbito do
Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Oncogenômica do Hospital
A.C. Camargo, um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT)
apoiados pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).
Mudança de paradigma
Há 20 anos, o panorama para um jovem com
câncer de cabeça e pescoço era muito ruim. “Em geral, eram pessoas que
começaram a fumar e beber muito cedo. Tinham más condições nutricionais, um
estado físico muito comprometido e tumores muito agressivos”, contou Kowalski.
Hoje, por outro lado, um paciente jovem, HPV
positivo, sem histórico de consumo pesado de álcool e cigarro tem grandes chances
de sobreviver ao tratamento e de voltar à vida normal.
Para Kowalski, essa mudança de paradigma
exige a revisão dos programas de prevenção e detecção precoce da doença, muito
focados em cuidados com a boca e em pacientes fumantes e etilistas. “Agora temos
de nos preocupar com todas as pessoas. Mesmo quem não fuma e não bebe pode
estar em risco”, disse.
Além disso, segundo o médico, é preciso
lutar pela institucionalização de campanhas de vacinação contra o HPV para
meninas e também para meninos.
“Embora existam mais de 200 variações de
HPV, a maioria dos casos de câncer de orofaringe está associada aos tipos 16 e
18, contra os quais a vacina é capaz de proteger. É a melhor forma de prevenir
a doença no futuro”, destacou Kowalski.
Fonte: Agência Fapesp
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